postado em 08/11/2017 12:53
O ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, disse nesta quarta-feira (8/11), que o abalo observado nessa terça-feira (7/11) na Bolsa de Valores, em função da possibilidade de o governo desistir de votar a reforma da Previdência ainda este ano, foi em decorrência de ;informação e percepção equivocadas de que o governo tinha jogado a toalha; em relação à aprovação da matéria pelo Legislativo. Sobre a possibilidade de o texto ser alterado, o ministro disse que "a palavra final é do Legislativo, e não do Executivo".
;O que abalou os mercados foi a informação e a percepção equivocadas de que o governo tinha jogado a toalha na [questão da] Previdência. Era uma informação equivocada;, disse o ministro após reunir-se com o presidente Michel Temer, no Palácio do Planalto.
Na avaliação de Meirelles, a reação do mercado teve papel didático, no sentido de mostrar a relevância que essa reforma tem para a economia do país. ;Por outro lado, acho que isso foi didático, no sentido de demonstrar claramente que é importante a reforma da Previdência para a economia. Temos de encarar a realidade política e também econômica;, acrescentou o ministro.
Perguntado se o governo já estaria trabalhando um texto ;mais enxuto; para a reforma, ou se já estaria cogitando abandonar a proposta atual, Meirelles disse que o momento é ainda de discussão, mas que a palavra final ficará mesmo com o Congresso Nacional.
;Estamos, no momento, discutindo a viabilidade e quais são as posições das bancadas, os itens de maior resistência. Estamos no meio do processo legislativo, e a partir daí vamos evoluindo. No momento, não [pensamos em abandonar a proposta em tramitação]. Estamos fazendo um trabalho de avaliação;, disse.
Meirelles disse que foi feita uma avaliação da reunião com os líderes da Câmara e do Senado na terça-feira (7/11). ;Avaliamos a situação no Congresso, discutindo estratégia para conduzir a votação. Evidentemente que o Congresso é soberano para aprovar a reforma da Previdência. É importante, no entanto, frisar, que o governo mantém sua proposta ao relatório como está. Evidentemente que como qualquer projeto legislativo a palavra final é do Congresso e não do Executivo;, disse.
O ministro acredita que há chances de a proposta ser aprovada. ;Mas isso só vamos saber mesmo durante o processo de votação. Existem diferenças de posição. Na reunião com líderes da Câmara alguns acharam difícil outros, não. Já os senadores estão com uma visão de viabilidade maior. Evidentemente é uma avaliação política legítima de cada um;.
;Estamos em fase de discussão, de conversa, o que é absolutamente parte de qualquer processo legislativo. Acho que tudo está indo normalmente conforme o esperado. O importante é que estamos discutindo agora a Previdência para tentar ser votada este ano, coisa que muitos tinham dado como perdido. Estamos firmes discutindo o assunto para votar ainda este ano;, completou.
;Estamos dentro dessa discussão. Teremos ainda reuniões para analisar a situação. Nos reuniremos mais tarde novamente com líderes. Agora é um trabalho intenso e constante. Não é algo a se resolver em uma reunião. É um processo legislativo normal de discussão intensa e contínua;.