Agência France-Presse
postado em 10/11/2017 10:36
A China autorizará as empresas estrangeiras a controlar bancos e outras entidades financeiras, anunciou Pequim nesta sexta-feira, pouco depois da visita do presidente americano Donald Trump. As restrições drásticas ao setor financeiro chinês são muito criticadas por Bruxelas e Washington.
Trump, que fez do déficit comercial americano um dos principais ataques contra a China, pediu na quinta-feira em Pequim, em reunião com o mandatário Xi Jinping, condições "mais equitativas" às empresas americanas. O vice-eministro chinês das Finanças, Zhu Guangyao, anunciou nesta sexta-feira uma ampla flexibilização do setor financeiro, resultado de um "consenso" obtido na véspera.
[SAIBAMAIS]A partir de agora, as empresas estrangeiras podem ter até 51% das ações projetos conjuntos em setores de ações, negócio de contratos futuros e gestão de ativos, segundo o vice-ministro das Finanças, Zhu Guangyao. Atualmemte a participação limite é de 49%. Em três anos esse limite também deverá ser eliminado. No âmbito dos seguros de vida, este patamar se ampliará a 51% dentro de três anos.
Além disso, os regulamentos que impedem hoje em dia que acionistas estrangeiros tenham participações majoritárias nos bancos "serão suprimidos", acrescentou o vice-ministro, sem dar prazos. Até o momento, um investidor estrangeiro não pode ter mais de 20% do capital de um banco e um estabelecimento bancário não pode ter no total mais de um quarto de seu capital em mãos estrangeiras.
Consequentemente, os bancos estrangeiros que quiserem entrar no gigantesco mercado chinês estarão condenados a desempenhar um papel muito marginal: sua fatia de mercado era estimada em somente 1,38% no final de 2015, em comparação a 2,2% em 2008, segundo a câmara de comércio europeia em Pequim.
Enquanto isso, as empresas financeiras chinesas (Haitong, ICBC, Anbang, entre outras) têm no exterior participação e investimentos no mercado financeiro e nas seguradoras, especialmente na Europa.