Hamilton Ferrari
postado em 16/11/2017 12:08
O mercado prevê que o governo consiga fechar as contas públicas de 2017 com um déficit de R$ 157,4 bilhões, segundo o Prisma Fiscal de novembro, divulgado na manhã desta quinta (16/11) pelo Ministério da Fazenda. Os economistas acreditam que a situação do orçamento federal melhorou em comparação com o mês passado, quando projetavam um rombo de R$ 158,4 bilhões. O resultado está dentro da meta fiscal de R$ 159 bilhões.
Analistas estão esperando uma leve melhora na receita líquida do governo, que passou de R$ 1,140 trilhão para R$ 1,141 trilhão. Além disso, os gastos do governo devem cair de R$ 1,296 trilhão para R$ 1,295 trilhão.
Apesar da melhora, a dívida pública piorou em relação ao último balanço do Prisma Fiscal. A proporção dívida-Produto Interno Bruto (PIB), conhecida como dívida bruta, subiu de 75,11% para 75,44% do PIB.
As pendências financeiras do governo federal preocupam o mercado e a equipe econômica. A expectativa de alguns economistas é de que ela cresça até 2021, podendo chegar a 90%. A dívida pública é vista com atenção pelas agências de risco que avaliam a possibilidade de calote do Brasil.
Para melhorar este quadro, o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) já devolveu para o caixa público R$ 50 bilhões, referentes a investimento do governo federal para incentivar a economia. O ;empréstimo; foi dado durante a gestão anterior da ex-presidente Dilma Rousseff.
Ainda estão previstos mais R$ 130 bilhões de devolução da estatal em 2018. A equipe econômica negocia com a diretoria do banco, que apresenta resistências. Os pagamentos servem para livrar o governo de ser enquadrado na Regra de Ouro, que é um crime fiscal. Na prática, a lei impede que despesas recorrentes da máquina pública sejam pagas com dinheiro de dívidas emitidas.
Os economistas acreditam que o resultado primário de novembro será de R$ 19,4 bilhões em novembro e de R$ 29,4 bilhões para dezembro. O Prisma Fiscal sai mensalmente com as projeções de economistas sobre as contas públicas. O resultado é divulgado pelo Ministério da Fazenda.
Ano eleitoral
Para o próximo ano, o mercado está prevendo um rombo maior do que esperava em outubro. O déficit aumentou de R$ 155,6 bilhões para R$156,4 bilhões. A projeção dívida pública também cresceu, passando de 77% para 77,8% do PIB.