Rodolfo Costa
postado em 23/11/2017 09:09
A alta dos preços continua em uma retomada de aceleração. Após mais de um ano de arrefecimento, a carestia voltou a subir em novembro. É o que mostra o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15), indicador considerado como a prévia da inflação. Na primeira metade do mês, o custo de vida avançou 2,77% no acumulado em 12 meses, pelo segundo mês consecutivo, segundo dados divulgados nesta quinta-feira (23/11) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Na margem, ou seja, em relação a outubro, a alta foi de 0,32%.
[SAIBAMAIS]O desempenho já era algo esperado pelo mercado. A realidade é que os preços retomariam a partir de outubro um curso natural de elevação. No último trimestre de 2016, o grupo de alimentação e bebidas, que responde por cerca de 25% do IPCA, já se beneficiava de uma surpreendente deflação -- ou seja, queda de custos no mercado consumidor --, cujo efeito foi mantido ainda em boa parte de 2017. O choque positivo de uma grande oferta de alimentos, provocado pela supersafra, que vinha encabeçando a desaceleração do custo de vida, se esgotou.
A expectativa de analistas de mercado é que não apenas o resultado oficial do IPCA de novembro apresente uma alta dos preços, como também a taxa de dezembro deve vir acima do registrado em 2016. Dessa maneira, a carestia deve encerrar o ano bem próximo de 3,1%, ligeiramente acima do piso da meta de inflação estabelecida pelo Conselho Monetário Nacional (CMN), de 3%.
Em novembro, o IPCA-15 subiu puxado pelos custos com energia elétrica, que subiram, em média, 4,42%. O resultado puxou a alta dos gastos com habitação. Em média, os gastos nessa categoria de despesas cresceram 1,33%. O insumo foi o item que apresentou o maior impacto individual, de 0,16 ponto percentual. Ou seja, respondeu por metade do IPCA-15 de novembro. O resultado foi provocado pelo novo valor do patamar 2 da bandeira vermelha, que entrou em vigor em 1; deste mês, e passou a adicionar R$ 5 para cada 100kwh consumidos.