Jornal Correio Braziliense

Economia

Gasto de brasileiros com viagem cresce 32% no ano

Apesar da elevação das despesas de brasileiros no exterior, deficit em transações correntes em outubro foi o menor desde 2007


O chefe do Departamento de Estatísticas do BC, Fernando Rocha, explicou que o crescimento da renda e da massa salarial real, além da queda da inflação, tem favorecido os brasileiros interessados em viajar para outros países. Ele destacou, ainda, que a redução do preço do dólar ; que chegou a R$ 4 no ano passado e ontem fechou a R$ 3,22 para a venda ; e a retomada das contratações no mercado de trabalho contribuem para que os turistas gastem mais em viagens ao exterior. ;Tudo isso resulta em uma retomada dos gastos das famílias;, comentou.

Apesar do crescimento dessas despesas, o deficit em transações correntes do país foi de apenas US$ 343 milhões em outubro, o menor resultado para o mês desde 2007. A autoridade monetária estimava um rombo de US$ 1 bilhão. De janeiro a outubro, o resultado é negativo em US$ 3,3 bilhões e a projeção do BC, que deve ser revisada, é de saldo negativo de US$ 16 bilhões em 2017. Pelas previsões oficiais, em novembro, as contas externas devem ficar no vermelho em US$ 1,5 bilhão.

Investimentos

O deficit nas transações correntes, entretanto, tem sido coberto com folga pela entrada de investimento direto no país (IDP). Somente em outubro, US$ 8,2 bilhões ingressaram na economia brasileira, bem mais que os US$ 7,7 bilhões previstos pela autoridade monetária. No acumulado do ano, o IDP soma R$ 60 bilhões.

Nas contas da economista-chefe da Rosenberg Associados, Thaís Marzola Zara, o rombo nas contas externas não ultrapassará US$ 9 bilhões em 2017, o equivalente a 0,41% do Produto Interno Bruto (PIB), o que ajudará a manter comportadas as cotações do dólar.

;Esse resultado será impulsionado, principalmente, pelo bom desempenho da balança comercial, que deverá alcançar um superavit recorde de US$ 68 bilhões no ano. Patamares baixos de deficit implicam em uma menor pressão do lado real da economia sobre a taxa de câmbio;, comentou Thaís.