Jornal Correio Braziliense

Economia

Bitcoin supera barreira dos US$ 10 mil pela primeira vez

Em meados de outubro, a moeda criptografada era negociada a 5.000 dólares, metade do valor alcançado na quarta-feira (29/11)



"É a própria definição de uma bolha", disse recentemente o diretor do Crédit Suisse Tidjane Thiam. Os altos e baixos do bitcoin despertam o temor de uma explosão especulativa: em seu lançamento, em fevereiro de 2009, um bitcoin valia apenas alguns centavos de dólar.

Em setembro, a China proibiu as transações com moedas criptografadas nas plataformas do país, afirmando que queria combater "atividades ilegais" e conter riscos potenciais para seu sistema financeiro. A decisão chinesa desestabilizou momentaneamente o mercado, mas a cotação retomou rapidamente sua ascensão.

Seus defensores afirmam que o bitcoin oferece uma alternativa segura às divisas tradicionais: a "blockchain" impediria que as transações sejam falsificadas porque, para modificar uma informação, seria preciso mudá-la simultaneamente entre todos os usuários.

Essa caraterística interessa muito ao setor bancário, onde a "blockchain" poderia abrir novos horizontes, simplificar as transações de títulos desmaterializados e reduzir custos. O americano CME, um dos maiores operadores financeiros do mundo, anunciou no final de outubro que vai oferecer produtos derivados que permitam especular com o bitcoin.

Em Wall Street, o banco de negócios Goldman Sachs também contempla especular para seus clientes, declarou à AFP no início de outubro uma fonte próxima à entidade. Seu concorrente JPMorgan Chase também se declarou "muito aberto" às criptomoedas "controladas e reguladas adequadamente".