postado em 07/12/2017 13:31
No dia considerado decisivo para o governo bater o martelo sobre a votação do texto da reforma da Previdência, o presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), disse que, por enquanto, ainda não há nada definido, mas garantiu que vai ;continuar trabalhando para a votação ainda este ano;.
Ele afirmou que não contabiliza votos. ;O meu cálculo é o ambiente para votar. Eu não posso colocar uma matéria dessa importância sem voto. É uma sinalização importante para o Brasil;.
Aos jornalistas, Maia admitiu que o prazo para votação, ainda em 2017, é curto. ;Nossa agenda é curta, mas a gente precisa reunir condições para votar, temos, no máximo, dez dias, vamos trabalhar com esse prazo para criar condições. Por mais dificil que seja, a gente vai tentar isso até o último dia. A Câmara funciona atá o dia 22, temos que trabalhar com todas as datas possíveis;, disse.
O presidente da Câmara classificou como um ;equívoco; não aprovar a matéria. ;Temos que construir, deputado a deputado, deputada a deputada, as condições para votar a reforma da Previdência. Independentemente se o partido está ou não na base, temos que rapidamente criar essas condições, como a gente já vem criando nas últimas semanas;.
Para Rodrigo Maia, o que os parlamentares precisam entender é que a aprovação do texto terá impactos positivos em todos os municípios e estados brasileiros, inclusive nos da oposição. ;A gente vê muito governador de oposição, quando vem a Brasília, na conversa conosco, apoiar a reforma da Previdência. A gente sabe que sem a reforma, estaremos comprometendo o futuro de milhões de brasileiros que precisam do Estado para melhorar sua qualidade de vida;.
Críticas
Maia criticou a aprovação nessa quarta-feira (6/12), no plenário do Senado, de um reforço para o Fundo de Participação dos Municípios (FPM). A Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 29/2017, do senador Raimundo Lira (PMDB-PB), garante um ponto percentual a mais do repasse da União relativo à arrecadação do Imposto de Renda (IR) e do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI). A matéria ainda precisa ser discutida pela Câmara. ;A gente sabe que precisa rever o pacto federativo. Se nós não fizermos um debate sério sobre previdência, a gente não terá recurso para discutir nem apoiar prefeitos nem estados;, alertou, acrescentando que sem a reforma não haverá recursos para repassar aos entes federativos.
;Temos que alertar todos, inclusive aqueles que têm trabalho contra a reforma da Previdência, que ela não é contra nenhuma corporação ou servidor. Pelo contrário, é a favor das pessoas que querem fazer política séria;, defendeu. O presidente da Câmara lembrou o caso do Rio de Janeiro, onde servidores têm dúvidas se vão receber salários , aposentadorias e décimo terceiro. ;Para que isso não ocorra no Brasil, a gente precisa votar a reforma da Previdência, concluiu, pedindo responsabilidade dos partidos com o país.