Jornal Correio Braziliense

Economia

Provável candidatura de Meirelles gera debate sobre quem será seu sucessor

Presidente Michel Temer não deverá escolher substituto de ministro da Fazenda antes de março. Prioridade é reforma da Previdência. Nome deverá vir de fora da equipe econômica, mas com bom trânsito no mercado e com investidores, segundo interlocutores do Planalto


Na última quinta-feira, esteve na Federação das Indústrias do Estado do Amazonas (Fieam). No fim de novembro, falou para uma plateia de empresários na Federação das Indústrias de Santa Catarina (Fiesc). Além disso, já participou de eventos da Assembleia de Deus, no qual foi laureado, e resolveu mudar a estratégia de comunicação nas redes sociais. Além de estar presente no Twitter, lançará contas no Facebook e no LinkedIn. O tradicional perfil com logomarca do Ministério da Fazenda deu lugar a estilo mais simples, com as cores do país. Vídeos e artes com frases e fotos do ministro passaram a ser publicadas constantemente no perfil do ministro.

A intensificação dos gestos políticos de Meirelles ocorreu logo após o governo entrar em rusgas com o PSDB e deixar claro que só apoiará um candidato que defender o legado das medidas tomadas durante a gestão de Temer. De lá para cá, o ministro da Fazenda fez críticas ao governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), além de emitir sinais de que está no páreo para a disputa presidencial.

Acompanhamento

Tanto o presidente Temer quanto seus aliados mais fiéis, entre eles os ministros Eliseu Padilha e Moreira Franco, têm acompanhado com lupa os passos e as declarações de Meirelles. Por hora, não é ventilada a possibilidade de que o chefe da equipe econômica deixará o posto antes de março, o que seria uma surpresa para todos eles. ;A possibilidade de Meirelles ser candidato está clara para todos eles. Mas o momento não é de tratar do assunto, e sim de focar na aprovação da reforma da Previdência. Qualquer burburinho sobre a saída dele pode trazer volatilidade, o que não desejamos;, disse um auxiliar do chefe do Executivo.

O presidente do Banco Central (BC), Ilan Goldfajn, é elogiado por fontes palacianas. ;Ilan é avessso aos holofotes, seria uma boa opção. Entretanto, não há nomes na mesa e o presidente ainda não está preocupado com o assunto;, declarou outro auxiliar de Temer. No entanto, ele citou dois economistas com trânsito no mercado e que têm se aproximado de Temer, participando de encontros com parlamentares: Marcos Lisboa, presidente do Insper, e o economista-chefe da Opus Investimentos, José Márcio Camargo.