Economia

Em uma década, indústria 4.0 projeta salto nas empresas

CNI realizou estudo que projeta salto tecnológico da produção brasileira e mapeia como a indústria se prepara para os desafios

Anna Russi*
postado em 12/12/2017 00:10
Nos próximos dez anos, 21,8% das indústrias brasileiras projetam ter o processo produtivo totalmente digitalizado, segundo estudo realizado pela Confederação Nacional da Indústria (CNI), por meio do Projeto Indústria 2027. Atualmente, apenas 1,6% das empresas ouvidas afirma já operar na fronteira tecnológica conhecida com indústria 4.0.

O projeto busca avaliar os impactos e inovações tecnológicas para a competitividade do produto nacional. Além disso, vai identificar as condições do país, e aproveitar as inovações e a capacidade de resposta atual do empresário brasileiro para mostrar estratégias de desenvolvimento produtivo.

A pesquisa também realizou uma sondagem sobre o planejamento das empresas quanto a estudos e perspectivas para incorporar tecnologias digitais de última geração, como internet, inteligência artificial, armazenamento em nuvem, big data, entre outros. Apenas 15,1% das empresas têm projetos em execução. A maioria, 45,6%, realiza estudos iniciais ou têm planos aprovados mas ainda sem execuções. Os outros 39,4% não têm nenhuma ação prevista no tema.

O coordenador-adjunto do projeto indústria 2027, David Kupfer, destacou que a questão é a buscar mapear a posição da indústria no espectro de tecnologias digital. Segundo ele, apesar de o número atual, 1,6%, ser baixo, é o valor esperado para um momento inicial. ;O importante é que as empresas demonstraram entender que, em aproximadamente dez anos, terão que adotar esse processo. Elas estão em alerta para a fusão dessas tecnologias;, disse.

O estudo mostrou que 77,8% das empresas brasileiras ainda estão nas gerações tecnológicas 1 e 2, ou seja, quando a produção é rígida, com uso pontual de tecnologias da informação e comunicação.

Kupfer destacou que, quando a empresa assinala que quer estar no processo em dez anos, não garante que ela dará conta. Segundo ele, são necessárias algumas mudanças. ;Essas mudanças são de ordem positiva, mas várias delas não conseguirão alcançar. As mudanças são bem específicas nas áreas de atuação de cada uma das empresas;, explicou. De acordo com ele, essas ações são características da transformação digital que a indústria começa a sofrer e uma extensão da modificação na rotina.

Segundo ele, não basta a empresa querer fazer o upgrade, ela precisa ter capacitações para isso. ;Elas revelam estar cientes, mas ainda não estão em movimento para adotar isso. Não tomam nenhuma ação completa, apenas estudos sobre o tema;, observou. Ele completou que a transformação digital será um requisito para que a empresa possa atuar na faixa de mercados, na qual terá maior competitividade.

*Estagiária sob supervisão de Ana Letícia Leão.

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