Cerca de 39,6% dos brasileiros começou a trabalhar antes dos 14 anos de idade. Os dados são do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Apesar de dar o "start" na vida profissional cedo demais, a pesquisa revela também que jovens na faixa dos 16 a 29 anos foram os mais afetados pela crise econômica dos últimos anos. Desses, 25,8% ; 11,6 milhões ; estavam desempregados ou fora da escola, em 2016. Esse número de jovens "nem-nem" (que nem estudam nem trabalham) aumentou 3%, entre 2012 (22,8%) e 2016 (25,8%), o que significa que 1/4 dos jovens brasiliros estava desocupado no ano passado. Dentre os homens, 60,5% estavam inseridos no mercado de trabalho, contra 44,8% das mulheres.
Jornadas de trabalho
Em 2016, as mulheres também tiveram menor renda mensal (R$ 1.321), resultando numa queda de 1,5% de seu rendimento médio real. Seus ganhos foram inferiores à média nacional (R$ 2.021). Isso se contrasta com as jornadas de trabalho, onde 50,7% das mulheres trabalhavam entre 40 e 44 horas semanais.
A maior parte dos jovens "nem-nem" possuía apenas fundamental incompleto ou equivalente à época do estudo. A desigualdade aumenta ainda mais entre negros, pardos, e brancos. Negros ou pardos representam 29,1% dos jovens nem-nem. Já os brancos, são 21,2%. Não surpreende, porém, que as mulheres sejam o grupo mais afetado pelo fenômeno ; 37,6% das jovens negras ou pardas se encontram sem trabalho ou condições de estudo.
Os números refletem diretamente na condição de vida das brasileiras. Do total, 34,6% delas responderam à pesquisa acrescentando que têm de "cuidar dos afazeres domésticos e/ou de outro(s) parente(s)", o que as impede de ir em busca de uma ocupação. Cerca de 92,1% das jovens nem-nem afirmam realizar serviços domésticos para conseguir o "ganha pão".