Economia

'É necessário trabalhar pelas reformas', defende presidente do BC

Presidente do Banco Central, Ilan Goldfajn abriu evento do Correio que discute as perspectivas para a economia brasileira em 2018

Azelma Rodrigues - Especial para o Correio, Andressa Paulino*
postado em 19/12/2017 11:05
O presidente do Banco Central, Ilan Goldfajn
O presidente do Banco Central, Ilan Goldfajn, alertou, na manhã desta terça-feira (19/12), que governo e Congresso precisam avançar e aprovar as reformas necessárias, como a da Previdência, para garantir a recuperação econômica em 2018.
"Gostaria de alertar que cenários benignos, como o externo de agora, não vão ficar para sempre. É necessário trabalhar pelas reformas para a recuperação sustentável da economia;, afirmou, ao abrir o evento Correio Debate: Desafios para 2018, realizado na sede do Correio, em Brasília.


Três fatores para a recuperação


Ele afirmou serem três os fatores que contribuíram para a recuperação da atividade econômica em 2017: a mudança de rumo na política econômica ; assim que o presidente Michel Temer assumiu ;, a queda dos preços, bastante influenciada pela grande oferta de alimentos, e a consequente redução da taxa básica de juros (Selic) pela metade.

Goldfajn lembrou que no começo de 2016 a inflação estava em dois dígitos, na casa dos 10,7% e que, em agosto do ano passado estava em 9% e agora, pela última medição, de novembro, o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) ficou em 2,8%. ;Outro aspecto que levou a melhoria econômica foi a queda da inflação de alimentos, que se encontrava com uma média de 8,5% nos últimos oito anos e este ano está em -5%. ;A recuperação do consumo, a volta do poder de compra também ajudaram economia de forma significativa;, afirmou.

Por isso, disse ele, é preciso garantir que os ajustes necessários prossigam, para que o Produto Interno Bruto (PIB) cresça cerca de 2,6% em 2018, e o ano que vem consolide as conquistas deste ano, como a redução significativa do custo do crédito.


Avanços da agenda do governo


Outra questão que influenciou positivamente a economia neste ano foram os avanços da agenda governamental. ;Reformas trabalhistas e o teto de gastos ajudaram a reerguer a economia;, explicou. O avanço na agenda do próprio Banco Central também contribuiu para a melhora. ;O ano nos permitiu ter maior estabilidade e regularidade de conduta, e isso nos permitiu maior concorrência;, afirmou. ;Nós atuamos também nos produtos caros para o consumidor, como por exemplo, o crédito do rotativo no cartão. Permitimos também o desconto e limitamos o rotativo a 30 dias;, acrescentou

;Nós somos a favor dos juros baixos pra todo mundo; afirmou. ;O ano que vem devemos fazer o dever de casa. Estamos trabalhando para criar o Comitê de Estabilidade Financeira e também estamos planejando avançar no relacionamento entre o Banco Central e o Tesouro; projetou Goldfajn. ;Outro projeto do Banco Central é a duplicata eletrônica, onde todos os processos vão começar e acabar em meio eletrônico;, acrescentou.

* Estagiária sob supervisão de Rozane Oliveira

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