Economia

Crescimento será lento, mas de longa duração, afirma Meirelles

Ministro da Fazenda participou de debate sobre o cenário econômico no Correio

Anna Russi*
postado em 19/12/2017 14:39
Ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, fala ao microfone
O ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, afirmou nesta terça-feira (19/12), durante o evento Correio Debate: Desafios para 2018, que o país está em uma rota de crescimento sustentável. ;Temos uma mudança extraordinária de desempenho econômico. O mais importante de tudo é a direção que tomamos. Elevamos o índice de confiança e vemos o reflexo disso;, disse.

Para ele, não há dúvidas do sucesso do combate à inflação e da possibilidade de, devido à queda nos preços, manter os juros baixos de forma consistente. De acordo com Meirelles, o cenário atual, de recuperação, medidas como o estabelecimento de teto para os gastos públicos e as reformas microeconômicas que estão sendo implementadas vão gerar em 2018 um cenário favorável à produção. Assim, "o ciclo de crescimento brasileiro será, embora lento, de longa duração e baixa volatilidade".

O ministro também defendeu a reforma trabalhista implementada este ano no Brasil e a comparou com medida semelhante adotada pela Alemanha, alguns anos atrás, e que gerou uma queda expressiva no desemprego do país europeu. ;Elas (as duas reformas) têm o mesmo espírito, com o objetivo de liberar o mercado de trabalho. O desemprego na Alemanha cresceu desde 1970 até a época da reforma e, somente depois da mudança, é que teve um trajetória de queda, mostrando esse efeito de melhoria no mercado trabalhista;, exemplificou.

Ele apresentou também dados que mostram uma recuperação do índice de população ocupada no Brasil, com mais de 1 milhão de postos de trabalho criados. ;Isso se dá pelo fator de ânimo ou desânimo da sociedade para procurar trabalho. Quando temos uma economia melhor, as pessoas têm mais disposição para procurar trabalho;, pontuou.


Reforma igualitária


Meirelles destacou que as reformas são necessárias para que o país continue no caminho certo, dando especial atenção à reforma da Previdência. Ele lembrou que o sistema previdenciário hoje consome 50% do PIB e que algo deve ser feito para conter o crescimento desse índice.

Ele minimizou o adiamento da votação e disse que o ambiente é cada vez mais favorável à reforma, acreditando, portanto, que a medida será aprovada em fevereiro. ;É importante explicar para a população que a nossa reforma não vai simplesmente retirar os direitos dos cidadãos. É uma reforma igualitária, para garantir o direito de todos e melhorará a economia do país;, defendeu.
* Estagiária sob supervisão de Humberto Rezende

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