Jornal Correio Braziliense

Economia

Azul e Correios criam empresa privada para atender comércio eletrônico

Companhia aérea, em ascensão no Brasil, e empresa de entregas, sufocada por um rombo crescente, estão de olho em mercado que movimenta mais de R$ 100 bilhões por ano



Sobre os investimentos na nova empreitada, as empresas informam que a montagem da operação não envolve recursos, uma vez que a Azul vai utilizar aviões já existentes para transportar com exclusividade a carga de encomendas e postais dos Correios. ;Esta operação terá custo zero. Vamos juntar as aeronaves existentes da Azul com a carga dos Correios;, afirma Campos, acrescentando que pesou na escolha da Azul o fato de ela ser a companhia aérea que atende a mais destinos no país.

Mesmo depois de adotar medidas para reduzir despesas, como o fechamento de agências, corte de patrocínios e demissões de funcionários, a situação financeira dos Correios continua grave. Até novembro, a estatal acumulava perdas de R$ 2,03 bilhões, 17% acima do registrado em 2016. Segundo Campos, os gastos com o plano de demissão voluntária e as despesas com o plano de saúde da empresa vão responder por boa parte do prejuízo em 2017. Só para os planos de saúde, a empresa terá que desembolsar algo em torno de R$ 1,9 bilhão neste ano. Já as demissões voluntárias, cuja meta é atingir 8,2 mil funcionários, devem custar R$ 970 milhões no decorrer de oito anos.

O presidente dos Correios reconhece que a estatal ;passa por dificuldades;, mas diz que a sua gestão ;está virando o disco;. ;Não podemos ficar sentados, esperando que a empresa definhe até a morte;, ressalta ele, salientando que vai ;levar pancada; dos concorrentes e dos órgãos de fiscalização e controle por suas iniciativas à frente da estatal.