Economia

Laboratório São Marcos, de Belo Horizonte, investe em aquisições

Para se tornar um dos cinco maiores grupos especializados em exames de imagem e análises clínicas do país, empresa consolida ambicioso plano de compra de concorrentes em Minas Geraise São Paulo

postado em 03/01/2018 07:07 / atualizado em 08/10/2020 14:36



São Paulo — Desde o começo do ano passado, o Laboratório São Marcos, de Belo Horizonte, colocou em prática o seu plano para chegar em 2021 entre os cinco maiores grupos especializados em exames de imagem e análises clínicas do país. Até lá estão previstos investimentos de pelo menos R$ 70 milhões para aquisições de sete empresas em Minas Gerais e em São Paulo. O primeiro negócio de 2018 foi concluído ontem, com a compra da clínica de imagens Martins & Godoy, da região de Venda Nova, no eixo Norte de Belo Horizonte. Outras seis aquisições estão em negociação, duas delas na região metropolitana da capital mineira e as outras quatro na Grande São Paulo. Os recursos que serão investidos devem vir da geração dos negócios “maduros” do grupo e da captação no mercado financeiro.

Em 2017, o grupo deu início ao projeto de expansão comprando três laboratórios, dois em Belo Horizonte e um no ABC paulista. “Não podemos revelar o valor que pagamos pela Martins & Godoy, mas adianto que é uma empresa com R$ 20 milhões de receita bruta anual”, diz o presidente executivo do grupo São Marcos, Ricardo Dupin. Outra novidade, também anunciada ontem, foi a criação do Conselho de Administração, o que fortalece a imagem de transparência e profissionalismo da empresa ao mercado, embora 100% das cotas do grupo permaneçam nas mãos dos herdeiros (filho e netos) do médico patologista Edgard Antunes Cerqueira, fundador do laboratório, em 1941.

As aquisições são a parte mais visível da estratégia de expansão do grupo, que vem trabalhando há pelo menos quatro anos na profissionalização e diversificação da empresa para suportar um crescimento de receita de mais de 207% previsto para os próximos quatro anos. Em 2018, a estimativa é faturar R$ 260 milhões, R$ 100 milhões a mais do que o resultado obtido em 2017.

Para 2021, quando o plano de crescimento estiver concluído, a expectativa é atingir receitas de R$ 800 milhões. No caminho até 2021, o grupo vai se tornar S/A para poder abrir seu capital na Bolsa. “Achamos que a abertura de capital é um caminho natural. Agora, em 2018, o grupo vira sociedade anônima. Já estamos em processo de transformação, e um dos caminhos nesse percurso até 2021 é o IPO (sigla em inglês para abertura de capital)”, disse Dupin.

Plano de expansão 

Segundo o executivo, o processo de profissionalização começou com a criação dos cargos de superintendentes. “Minha chegada foi para ajudar na formalização da área de governança, a separação entre propriedade e gestão e a formação do Conselho de Administração, além da preparação da empresa para o novo plano de expansão tanto no B2B como no B2C”, salientou o executivo.

A estratégia é ousada, mas, de acordo com Dupin, realizável diante da concentração existente nesse mercado. Hoje, existem cerca de 18 mil clínicas de diagnósticos espalhados pelo país, mas apenas cinco grandes laboratórios atingem um quarto da demanda, o que abre um espaço grande para a chegada de outros grandes concorrentes.

Outro ponto que deve ser levado em consideração é que menos de 30% da população brasileira têm acesso aos planos de saúde. “Mesmo nesta época de emprego baixo e com a economia mais difícil, a resiliência do setor é alta, porque foi menos impactado que a indústria e outros serviços”, avalia o executivo, lembrando que, com os sinais de um cenário de crescimento para este ano, as oportunidades devem voltar e aquecer o mercado. “Nosso negócio está muito associado ao emprego. Os planos de saúde, que são as principais fontes pagadoras do mercado e normalmente são planos empresariais, devem voltar a crescer.

Por dentro do grupo 
 
» Fundado em 1941 pelo médico patologista Edgard Antunes Cerqueira

» 57 unidades na região metropolitana de Belo Horizonte

» 11 unidades na região metropolitana de São Paulo

» Receita bruta para 2018 estimada em 
R$ 260 milhões

» Investimentos de R$ 70 milhões entre 2018 e 2021

» 1,2 mil funcionários

» Mais de 4 mil tipos de exames em áreas como bacteriologia, bioquímica. hematologia, imunologia, biologia molecular e genética, entre outros

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