Azelma Rodrigues - Especial para o Correio
postado em 04/01/2018 19:09
O Ibovespa bateu recorde, pelo nono dia seguido, fechando em 78,6 mil pontos, depois de oscilar acima dos 79 mil ao longo do pregão. Houve alta de 0,84% sobre os 77,9 mil pontos dessa terça (3/1), o valor mais alto fechado até então, informou a B3. Vários fatores puxaram o índice, como a revisão para cima nos preços das commodities, aço no caso, levando as empresas do setor a subir forte.
Somando-se aos bons fundamentos da economia brasileira, as especulações no cenário político também contribuíram. De acordo com analistas, parte do mercado financeiro aposta que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva pode ser condenado no julgamento do próximo dia 24, e sair do páreo das eleições majoritárias de outubro.
;O julgamento do Lula em Porto Alegre (TRF4) pode desencadear melhoras para o risco Brasil e para o risco político;, comentou o consultor financeiro Demetrius Lucindo. Para Rafael Figueiredo, da Clear Corretora, o efeito Lula é também ;uma grande variável;, que pode ser dissipada ao longo do tempo. ;Ele pode ser inocentado e ser candidato, ou condenado e brigar na Justiça para ser candidato;.
Figueiredo destaca que ;2018 está dado;. Para os agentes financeiros será um ano bem mais positivo do que 2017, com previsão de crescimento da atividade econômica de 2,5%, a seu ver.
Mais importante é o país ter juro de um dígito a longo prazo, com perspectiva de novo corte da taxa básica Selic em fevereiro pelo Banco Central. Com a inflação sob controle, ;sem retrocesso nas variáveis macroeconômicas;, diz João Augusto Sales, a Lopes Filho Consultores de Investimentos.
E o cenário externo que ajuda, mostrando a China e Estados Unidos com bons indicadores macroeconômicos. ;Há um consenso sobre o crescimento da economia global, o que favorece os mercados emergentes e as commodities;, destaca Figueiredo.
Sales menciona ainda que há ingresso maciço de capital estrangeiro para a compra de ativos na bolsa brasileira, desde o fim do ano passado. E Lucindo cita que os juros em baixa abrem o apetite dos investidores por maiores riscos, ou seja, há aplicações fortes, também, do investidor doméstico no mercado de ações.