Marta Vieira - Especial para o Correio
postado em 10/01/2018 09:01
As fábricas de Uberlândia, no Triângulo Mineiro, e Videira (SC) da BRF, dona das marcas Sadia, Perdigão e Qualy, entraram em novo ritmo neste mês, destinando parte da sua produção de alimentos processados a mais uma marca apresentada ontem pela empresa, batizada de Kidelli. A linha de 14 produtos, incluindo presuntos, empanados, linguiças, mortadela e hambúrgueres, disputará segmento de consumidores que buscam preços mais baixos, hoje responsável por 30% das vendas de alimentos processados no Brasil, informou o vice-presidente da BRF, Alexandre Almeida. Outro público primordial é o de pequenos empreendedores, como vendedores de cachorro-quente e lanchonetes.
Além de ampliar sua base de atuação, sem comprometer o foco nas marcas líderes, a BRF vai se aproveitar de matéria-prima de proteína animal que sobra do processo de industrialização em suas 29 unidades. Segundo Alexandre Almeida, muitas vezes são cortes nobres de porco e frango, vendidos no mercado brasileiro ou exportados sem o valor que a nova marca acrescentará ao produto. A companhia ganha, por fim, ocupando parcela da capacidade produtiva que está ociosa.
Não foi necessário investir nas cinco fábricas que vão abastecer a nova marca nessa etapa inicial. ;Toda indústria trabalha com determinado grau de ociosidade. Conseguiremos aumentar a nossa produção sem impacto nas marcas atuais, atendendo aqueles consumidores que buscam conjugar sabor e preços mais acessíveis;, disse o vice-presidente da BRF, uma das maiores companhias de alimentos do mundo, com mais de 50 fábricas em oito países.
Alexandre Almeida evitou associar a nova marca à segmentação de público por classe social. Ele afirmou que os produtos kidelli chegarão às prateleiras do varejo entre o fim deste mês e o começo de fevereiro a preços 15% inferiores ao valor médio praticado no mercado de alimentos processados. A concorrência se dará com marcas regionais e as nacionais que têm portfólio de produtos vendidos a preços mais baixos, de acordo com o presidente da BRF.
Mantendo o foco no crescimento das marcas líderes Sadia e Perdigão, a estratégia da companhia para fazer a nova marca chegar ao consumidor será por meio das redes de distribuição independentes e o atacarejo. ;Eles têm papel importante no abastecimento do pequeno varejo, que, normalmente, tem de um a quatro checkouts, e atinge os transformadores desses produtos, como os vendedores de cachorro-quente e as casas de lanches;, disse Alexandre Almeida.
Com a otimização de processos e matérias-primas de proteína animal geradas nas fábricas e o uso de capacidade instalada já existente, a BRF não precisou fazer grande investimento na nova linha de produção. O vice-presidente da companhia disse que o aporte financeiro faz parte do pacote de recursos de cerca de R$ 560 milhões aplicados nos últimos três anos, em particular na área de inovação. ;O lançamento da Kidelli é uma oportunidade para ampliarmos nossa participação no mercado de processados e voltar a operar num segmento onde não podíamos trabalhar;, afirma Almeida.
Mercado
Depois da fusão entre Sadia e Perdigão, o Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) impôs restrições de atuação à BRF, que só foi liberada de compromissos assumidos para viabilizar a operação em julho do ano passado. O vice-presidente da companhia preferiu não falar em projeções de participação de mercado e das vendas totais da BRF que a nova marca deve alcançar. O executivo disse que a empresa tem visão positiva do mercado de alimentos processados em 2018.
;A gente vê esse mercado como um mercado robusto;, disse. Almeida enfatizou que os resultados obtidos pela BRF no ano passado mostraram crescimento consistente das marcas líderes. Para este ano, a companhia tem avaliação positiva sobre o comportamento do consumo. ;Estudos mostram o crescimento previsto, maior que 2017, com desempenho melhor do que tivemos em 2015 e 2016. Teremos um mercado saudável para atuar no mercado brasileiro.;
Enquanto isso... Geladíssima
A Ambev, dona da marca Skol, anuncia para este verão embalagem especial, em que basta adicionar gelo para resfriar a bebida. Com o nome ;Gela Fácil;, a caixa, que é composta de 15 latinhas, vira uma espécie de cooler depois de aberta graças ao espaço interno. De acordo com a assessoria de imprensa da Skol, o ideal é colocar no máximo 1,8 quilo de gelo no recipiente, posicionando o produto por cima e por baixo da cerveja. Infelizmente, a embalagem-cooler não é reaproveitável. Quem quiser conferir como funciona poderá encontrá-la nos mercados da cidade de São Paulo a partir do próximo dia 16.