Letícia Cotta*
postado em 18/01/2018 06:00
Por pressão do Banco Central (BC), os bancos deverão reduzir as taxas do cheque especial, que estão entre as mais elevadas do mercado. A maneira de fazer isso está sendo estudada por um grupo de trabalho conjunto, e novas regras podem ser anunciadas ainda este ano. Umas das alternativas propostas pelo BC é construir algo parecido com o que foi feito, no ano passado, com as restrições aplicadas aos cartões de crédito.
A Federação Brasileira de Bancos (Febraban) divulgou comunicado, ontem, afirmando que estuda formas de melhorar o ambiente de crédito no país e que trabalha para garantir uma redução estrutural do spread ; diferença entre as taxas cobradas na concessão de crédito e as pagas na captação de recursos. ;O cheque especial faz parte desse conjunto de ações do setor bancário;, diz a nota.
[SAIBAMAIS]Mais cedo, o presidente do BC, Ilan Goldfajn, havia afirmado que os bancos assumiram o compromisso de reformular o cheque especial. O ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, disse que os técnicos da pasta estão contribuindo com as discussões. ;Mas não há nenhuma medida específica definida;, disse.
Em dezembro passado, os juros do cheque especial eram, em média, de 295,48% ao ano, segundo a Anefac, entidade que representa os executivos de finanças. A taxa só era menor que a do rotativo do cartão de crédito, que estava em 321%. Os juros do cartão, porém, passavam de 450% antes das mudanças feitas em abril de 2017, que limitaram a 30 dias o prazo de rolagem do saldo devedor ; depois disso, a dívida deve ser parcelada, com taxas mais baixas.
O educador financeiro Jônatas Bueno observa que, em qualquer caso, essas linhas de crédito devem ser evitadas devido ao custo muito elevado. ;O ideal é aprender a ter planejamento financeiro para não se endividar, modificar hábitos;, explicou.
* Estagiária sob a supervisão de Odail Figueiredo