Rosana Hessel
postado em 23/01/2018 19:04
O Conselho de Administração da Caixa Econômica Federal destituiu três dos quatro vice-presidentes afastados na semana passada pelo presidente Michel Temer. Um deles será reintegrado. O Conselho ainda determinou a renovação de todos os integrantes nos próximos 12 meses.
Conforme nota divulgada nesta terça-feira (23/01) após a reunião do Conselho da Caixa, o colegiado decidiu reintegrar um dos quatro conselheiros afastados na semana passada devido à denúncias de corrupção e pressões do Banco Central. Foi reintegrado à diretoria do banco o vice-presidente de Clientes, Negócios e Transformação Digital, José Henrique Marques da Cruz, ;em razão da constatação, em investigações interna e independente, de ausência de elementos suficientes para configuração de sua responsabilidade;. Perderam os seus respectivos cargos o vice-presidente Corporativo, Antônio Carlos Ferreira; o vice-presidente de Governo, Roberto Derziê de Sant;Anna; e a vice-presidente de Fundos de Governo e Loterias, Deusdina dos Reis Pereira.
O Conselho deliberou o início imediato de processo de seleção para a nova diretoria, com apoio de empresa especializada, para todos os cargos de vice-presidente, nos termos previstos no novo Estatuto do banco, que foi aprovado no último dia 19. Esse processo de seleção ocorrerá nos próximos 12 meses.
A primeira etapa do processo de seleção abrangerá as vice-presidências que ficaram vagas: Corporativo; Governo; Fundos de Governo e Loterias e Administração e Gestão de Ativos de Terceiros. Atualmente, a Caixa possui 12 vice-presidentes, quadro acima da média do mercado nacional. O Conselho aprovou o início do processo de contratação de empresa especializada para rever a estrutura organizacional da instituição.
O banco também informou que o Conselho atualizou o plano de contingência de capital do banco. Essa atualização permite que a instituição assegure o cumprimento das exigências regulatórias e prudenciais previstas no Acordo de Basileia III para os anos de 2018 e 2019. ;O plano de contingência de capital vem sendo implementado desde o início de 2017 com adoção de medidas para fortalecer a governança corporativa e a gestão da estrutura de capital;, disse a nota.
Dentre as medidas previstas no plano, destacam-se: a recapitalização pelo Tesouro Nacional dos dividendos a serem pagos pela Caixa relativos aos exercícios de 2017 e 2018; a emissão de instrumentos de dívida perpétua (capital de nível I) no mercado internacional; e a securitização e venda de carteiras de crédito sem retenção de riscos. Com a atualização desse plano, a Caixa assegurou que conseguirá cumprir o seu planejamento para 2018, incluindo o orçamento previsto para habitação popular, ;sem a necessidade da emissão de instrumento de dívida junto ao Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS);.