Jornal Correio Braziliense

Economia

MPF quer barrar nomeação de brancos que usaram cotas raciais no Itamaraty

MPF defende a suspensão imediata de nomeação, posse e participação no curso de aprovados que não preencham os requisitos



[SAIBAMAIS]De acordo com Frei David Santos, da Ong Educafro, a situação não é nova. ;Pelo terceiro ano consecutivo, a turma que entra no Itamaraty tem alto índice de não negros;, denunciou. Ele admitiu que, pelo fato de o país ser miscigenado, há nuances para a identificação. ;Quando a lei foi criada, esperávamos honestidade. Achávamos que o negro já sofrera tanto que nenhum branco iria querer ser negro.; O movimento social negro, segundo ele, está exigindo do Ministério do Planejamento uma regulamentação mais qualificada, para dar mais segurança na execução da política pública.

Exames no Rio Branco são sempre muito ;restritos, inacessíveis, inclusive fisicamente, para quem não é diplomata;, afirmou Ernando Neves, presidente do Sindicato Nacional dos Trabalhadores do MRE (Sinditamaraty). Ele fez um pedido ;informal; para participar da Comissão de Verificação de Cotas há cerca de um ano. ;Ainda não tivermos resposta. É um trabalho de Davi e Golias. Por enquanto, conseguimos inserção na Comissão de Combate ao Assédio;, disse. Por meio de nota, o Itamaraty informou que ;este é o terceiro concurso desde a vigência da lei e, em todos, a lei foi respeitada;.

;A ação civil pública busca excluir como beneficiários, para todos os efeitos práticos e legais, o que chama de pardos claros. A Lei n; 12.990/14 não faz distinção. No artigo segundo, diz que ;poderão concorrer às vagas reservadas a candidatos negros aqueles que se autodeclararem pretos ou pardos no ato da inscrição no concurso, conforme o quesito cor ou raça da Fundação Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE);.