postado em 24/01/2018 11:36
A utilização média da capacidade instalada da indústria brasileira foi de 64% em dezembro do ano passado, divulgou hoje (24) a Confederação Nacional da Indústria (CNI), que considerou os dados do fim do ano como indicadores de uma trajetória de recuperação. O percentual foi superior ao do mesmo mês de 2016, de 63%, e de 2015, 62%, mas ainda está abaixo de 2014, quando foi de 68%.
O indicador mede a utilização da infraestrutura disponível nas fábricas para produzir, e, segundo a CNI, os principais problemas enfrentados pelo setor são a carga tributária, a falta de demanda interna e a inadimplência dos clientes.
Para a CNI, os dados de dezembro sugerem "a manutenção do processo de recuperação da indústria no encerramento do ano". A confederação explica que é comum que a produção caia em dezembro, com o fim das encomendas para festas de fim de ano, mas, em 2017, a essa queda foi mais branda.
O índice que mede a variação da produção em relação ao mês anterior ficou em 42,4 pontos em dezembro, em uma escala de 0 a 100 em que qualquer valor abaixo de 50 pontos representa recuo. O resultado é o melhor para dezembro desde 2011, quando o índice foi de 42,6 pontos. Em 2015, dezembro ficou com 35,5 pontos e, em 2016, com 40,7 pontos.
Ainda segundo a CNI, a queda no índice que mede a variação no número de empregados foi a menor da série histórica, que começou em 2011. Assim como a produção, o número de empregados também costuma cair no mês de dezembro, de acordo com a confederação.
A pesquisa também mostra que houve queda nos estoques, dentro do que foi planejado pelas empresas.
Situação financeira
O índice que mede a satisfação financeira dos empresários com o desempenho de suas indústrias continua desfavorável, mas em trajetória de melhora. No fim de 2015, o indicador estava em 38,8 pontos, em uma escala em que apenas valores acima de 50 pontos indicam satisfação. No quarto trimestre de 2017, o índice chegou a 47,3 pontos.
A insatisfação em relação ao lucro operacional também diminuiu neste mesmo período, de 33,2 pontos para 42,8 pontos, se for levado em conta que, quanto menor o indicador, pior é a percepção sobre o cenário.