Economia

Caged: Brasil fechou quase 21 mil postos formais de emprego em 2017

Apesar do resultado negativo, o governo encara os números como uma demonstração de melhora no ambiente de trabalho

Alessandra Azevedo
postado em 26/01/2018 10:45
A construção civil teve 103,9 mil vagas fechadas
O mercado de trabalho brasileiro fechou 2017 com mais demissões que contratações, divulgou nesta sexta-feira (26/12) o Ministério do Trabalho. De acordo com dados atualizados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), o saldo foi negativo em 20,8 mil vagas no ano ; número menor que o de 2016, que fechou o ano com 1,3 milhão empregos formais a menos.

Só em dezembro, foram perdidos 328,5 mil postos, uma queda menor que a observada no mesmo mês de 2016 (-462,3 mil vagas). Em novembro, o saldo também foi negativo, em 9,7 mil vagas, por motivos sazonais.

Apesar do resultado negativo, o governo encara os números como uma demonstração de melhora no ambiente de trabalho. O coordenador geral de Estatística do Ministério do Trabalho, Mário Magalhães, afirmou que o governo avalia a situação como de ;estabilidade;. ;Foi dentro das expectativas;, disse.

Setores

Três setores puxaram a recuperação em 2017. O comércio foi o que mais gerou empregos no ano, com 40 mil postos criados. Agropecuária também fechou o ano com números positivos: 37 mil novas vagas de emprego. O setor de serviços registrou saldo positivo de 36,9 mil.

Os outros tiveram mais demissões que contratações durante o ano. Construção civil teve 103,9 mil vagas fechadas, e indústria da transformação teve redução de 19,9 mil postos. ;A queda já e menor, mas ainda não apresenta uma reversão no total dos empregos positiva;, comentou Magalhães.

Regiões

O Centro-Oeste foi a região que mais gerou empregos em 2017, com 36,8 mil novos postos. No Sul, foram 33,4 mil. As demais apresentaram resultados negativos: Sudeste (-76,6 mil), Nordeste (-14,4 mil) e Norte (-26).

Nova legislação

Em dezembro, houve 2.851 novas contratações e 277 demissões de trabalho intermitente (sem jornada definida e com pagamento de acordo com as horas efetivamente trabalhadas), que se somaram aos resultados do mês. A modalidade passou a fazer parte da legislação em 11 de novembro, quando a reforma trabalhista entrou em vigor. O setor que mais adotou esse tipo de contrato foi o de comércio (1.353).

O ministério divulgou um perfil dos intermitentes registrados. 67,2% das vagas geradas nessa modalidade em dezembro foram para o cargo de assistentes de vendas e 57% foram ocupadas por mulheres. Do total, 64% dos intermitentes têm até 29 anos e 84% têm até o segundo grau completo.

A reforma também trouxe a possibilidade de demissão por acordo entre o patrão e o empregado. Desde 11 de novembro, essa modalidade foi adotada em 6.696 ocasiões. Em dezembro, foi a opção escolhida por 5.841 empresas e funcionários, e, em novembro, 855 optaram pela possibilidade.

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