Hamilton Ferrari
postado em 29/01/2018 10:52
Os juros do rotativo do cartão de crédito caíram 163,1 pontos percentuais em 2017 e fechou o ano em 334,6%. Já as taxas do cheque especial ficou em 323% ao ano, após queda de 5,6 ponto percentual. Os dados foram divulgado na manhã desta segunda (29/1) pelo Banco Central.
O rotativo do cartão de crédito é dividido em regular (para aqueles que pagam, pelo menos, o valor mínimo da fatura) e não regular (para quem paga valores inferiores). De acordo com os dados da autoridade monetária, os juros para o primeiro grupo ficou em 233,8%, recuo de 231,8 pontos percentuais no ano.
Já as taxas para o não regular do rotativo, caíram 118,3 pontos percentuais em 2017, alcançando 401,4%. As quedas dos juros estão associadas aos cortes na taxa Selic, que baseia a economia e está em 7% ao ano. No fim de 2016, a Selic estava em 14,25% ao ano.
A diminuição dos juros também está associada a inadimplência das pessoas e menor comprometimento da renda das famílias com dívidas.
Apesar disso, em dezembro, as taxas do rotativo regular subiu 15,5 pontos percentuais, uma alta considerável. Com isso, os juros subiram 6,3 pontos percentuais no trimestre encerrado em dezembro.
O rotativo do cartão de crédito teve uma retração mais forte durante o ano nas taxas porque as regras para pagamento foram alteradas em abril de 2017. Pela nova norma, os consumidores que não pagaram o valor da fatura deverão quitar os débitos no mês seguinte, ou escolher o parcelamento.
Dessa forma, os juros do crédito parcelado aumentou em 2017, alcançando 169,2% ao ano, depois de subir 15,4 pontos percentuais. Quando analisados os juros mensais, a taxa do cartão de crédito é de 13% ao mês (10,6% ao mês o regular; 14,4% ao mês o não regular), enquanto a do cheque especial está em 12,8% ao mês. As taxas do parcelado ficou em 8,6 ao mês em 2017.
Renda familiar
De acordo com os dados divulgados pelo Banco Central, o comprometimento da renda das famílias está em 20%, ou seja, caiu 1,9 ponto percentual em 2017. O endividamento alcançou 41%, após recuo de 1 ponto percentual.
A inadimplência das famílias ficou em 3,6% para os recursos livres. A queda em 2017 foi de 0,4 ponto percentual.
Operações de crédito
As condições de crédito financeiro para as famílias está melhor do que para as empresas. Segundo relatório divulgado na manhã desta segunda (29/01) pelo Banco Central, a concessão de financiamentos para pessoas físicas aumentou 8,4% em 2017, registrando uma alta de 5,6% no saldo. Enquanto isso, crédito para pessoas jurídicas teve um recuo de 2,6% nas concessões e 7% no saldo das operações.