Economia

Inflação segue estável e preços de produtos têm pouca variação

O aumento da oferta de alimentos, como batata-inglesa e carnes, favoreceu a elevação menor da inflação do grupo alimentação e bebidas

Rodolfo Costa , Andressa Paulino*
postado em 24/02/2018 08:00

Rafael Barbosa diz que percebe pouco a economia nos gastos do dia a dia
A inflação continua aliviando o bolso do consumidor. Ao longo de 30 dias encerrados em 15 de fevereiro, o custo de vida subiu, em média, 0,38%. É o que indica o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15), indicador considerado a prévia oficial do custo de vida no país. O resultado não apenas mostra estabilidade em relação a janeiro, quando atingiu 0,39%, como é a segunda menor taxa para o mês desde a criação do Plano Real, em 1994.

A variação do IPCA-15 de janeiro e fevereiro acumulada 0,77% ; também a menor variação em 18 anos. No acumulado em 12 meses, a alta foi de 2,86%, abaixo dos 3,02% registrados no período imediatamente anterior. A alta dos preços em fevereiro é um sinal de que o custo de vida segue controlado pelo aumento da confiança dos agentes econômicos, que promovem menos remarcações nos valores de bens e serviços.

O aumento da oferta de alimentos, como batata-inglesa e carnes, favoreceu a elevação menor da inflação do grupo alimentação e bebidas que registrou alta de 0,13% ante 0,76% em janeiro. Em média, as despesas com os dois produtos caíram, respectivamente, 3,50% e 0,70%, depois de altas de 11,70% e 1,53% no mês anterior. Na alimentação fora de casa, a alta foi de 0,15% em fevereiro.

O custo da energia elétrica também ajudou a segurar a carestia. Nesta primeira metade de fevereiro, os gastos com o insumo caíram 2,99%. Dessa maneira, contribuiu favoravelmente para a deflação de 0,51% do grupo de habitação, acima do resultado em janeiro, de queda de 0,41%.

Apesar dos resultados captados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), responsável pelo IPCA-15, o bancário Rafael Barbosa, 35 anos, pouco sente os efeitos de desaceleração e queda dos bens e serviços. ;Até percebo alguma economia, mas normalmente é mínima. Para notar uma diferença relativa no bolso, preciso pesquisar bastante. Na energia elétrica, por exemplo, não notei uma queda de preço;, afirmou.

Substitua produtos que estão caros

Os hortifrútis aumentaram durante a semana. E quem puder substituir os produtos por outros mais em conta é uma boa medida para economizar. Enquanto a cebola está até 48% mais cara, é difícil encontrar bananas por menos de R$ 2,59. Já o preço da maçã varia de R$ 4,99 a R$ 13,59 (veja tabela abaixo), segundo levantamento realizado pelo Correio.

Tabela comparativa de preços de produtos em supermercados do DF

Para quem vai ao mercado frequentemente, os preços não agradam. E a aposentada Míriam Barros, 72 anos, critica a alta. ;Antigamente eu pagava mais barato pela banana, agora o produto está muito caro; lamentou. ;O pior é que o preço não tem muita diferença de um estabelecimento para outro. Então mesmo pesquisando, acabo levando um produto caro para casa;, conclui.

É por isso que o aposentado José Ribamar, 79, deixa de lado os itens mais caros. ;Quando vejo que a maçã está com um preço muito alto, por exemplo, eu não compro. Deixo na gôndola e procuro outra fruta;, afirma. ;Além de economizar, nos faz experimentar coisas novas e inovar, mesmo que seja no cardápio de lanches;, acrescenta.

De acordo com a educadora financeira da Dsop, Cíntia Senna, a substituição é uma ótima forma de economia. ;Pensar em um cardápio diferenciado, optar por produtos que a gente não costuma consumir, e que estão com preços mais em conta é uma boa maneira de levar itens mais baratos para casa;, indica. ;Vale também apostar em hortas caseiras. Além da economia, o consumidor tem produtos frescos em casa; acrescenta.

Cíntia também destaca a importância de observar o consumo da família. ;É preciso saber quais produtos estão sendo priorizados no nosso dia a dia e ficar atento ao desperdício;, aconselha. ;Não vale a pena comprar toda a semana um produto que se consume pouco;, esclarece.

* Estagiária sob supervisão de Rozane Oliveira

Tags

Os comentários não representam a opinião do jornal e são de responsabilidade do autor. As mensagens estão sujeitas a moderação prévia antes da publicação