Economia

Para Meirelles, investimentos devem puxar o PIB no último trimestre de 2017

Dados do PIB serão divulgados amanhã e a expectativa do ministro da Fazenda é que o investimento cresceu no fim do ano passado. No entanto, OCDE prevê queda de 2,5% no ano

Hamilton Ferrari, Rosana Hessel
postado em 28/02/2018 17:40
O ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, antecipou o aumento dos investimentos no quarto trimestre de 2017 e afirmou que esses dados poderão ser constatados amanhã durante a divulgação do resultado do Produto Interno Bruto (PIB) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

;Nossas previsões já indicam que o crescimento do investimento está forte, inclusive, liderando o crescimento do PIB (de 2017) mostrando que os empresários têm confiança na recuperação da economia que está acontecendo;, afirmou o ministro nesta quarta-feira (28/02), durante evento organizado em parceria com a Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) e a Confederação Nacional da Indústria (CNI).

[SAIBAMAIS]Especialistas, no entanto, reconhecem que é provável esse crescimento do investimento no último trimestre do ano. Pelas projeções do Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (Ibre-FGV), esses investimentos começam a ser observados em bens de capital, mas ainda não são suficientes para evitar a queda de 1,9% na taxa de formação bruta de capital fixo (FBCF) de 2017. Essa taxa está menor do que a da OCDE, que prevê recuo de 2,5% nos investimentos no ano passado.

Adesão à OCDE
Para Meirelles, o processo de adesão do país à OCDE é demorado, mas ajudará a expansão da entidade. O país enviou a carta pedindo para ser membro do órgão em 1; de junho do ano passado e a expectativa é que na melhor das hipóteses as análises demorem de três a cinco anos. ;Particularmente, quando tem a candidatura de um país como o Brasil, que tem algumas coisas relevantes. Em primeiro lugar, (o Brasil) é um país grande, relevante e que altera, fundamentalmente, algumas estruturas da OCDE nesse aspecto. O Brasil é o primeiro país que seria, ao mesmo tempo, membro da OCDE, membro dos Brics e do G20. Então, existe uma série de questões bem relevantes que demandam todo um processo de negociação, discussões e padronizações;, afirmou.

Meirelles enfatizou, também, que o Brasil já avançou bastante e ;está indo muito bem;. Ele reconheceu que a adequação dos processos tributários, que faz parte do evento na CNI, é um dos principais itens para a adesão do país à OCDE. Segundo ele, o sistema tributário brasileiro foi feito numa época em que o país faz exportação e importação de bens, basicamente e precisa ser modernizado de forma a ampliar os investimentos. ;O Brasil, hoje, tem empresas brasileiras investindo no exterior, seja no Mercosul, seja na América Latina, seja em outros continentes de forma relevante. E, portanto, existe uma coisa importante aí de tributação de lucros, etc, que é uma coisa nova e que o Brasil precisa estar avançando nesse processo;, disse ele, acrescentando que o governo têm em curso um projeto de simplificação tributária do PIS-Cofins em andamento.

Na avaliação do ministro, a grande questão que se colocou sempre para a adesão do Brasil na OCDE era exatamente aderir aos tratados internacionais e às melhores práticas adotadas no mundo. ;Na medida em que o Brasil está se modernizando e está adotando e implantando reformas que estão, cada vez mais, de acordo com as melhores práticas internacionais, é muito importante que nós tenhamos o acesso exatamente ao que tem dado certo nos outros países e de influenciar as normas internacionais, participando das discussões, deixando de ser meramente alguém que no comércio internacional tem que lidar com as normas tributárias internacionais, mas também que no âmbito da OCDE passamos a interagir e participar também das discussões;, afirmou.

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