Natalia Viri, Geraldo Samor
postado em 01/03/2018 06:00
O braço forte do Estado criou no Brasil o maior e mais sofisticado mercado de administradoras de benefícios do mundo ; um segmento que, nas contas da indústria, movimenta cerca de R$ 150 bilhões por ano. Com a reforma trabalhista, a Alelo, controlada por Banco do Brasil e Bradesco e líder no setor, acredita que este mercado pode triplicar. Se antes a legislação dava segurança jurídica apenas para os vales- refeição e vales-alimentação, dois novos artigos na CLT garantem que outros benefícios, como assistência à saúde e premiação por bom desempenho, possam ser pagos sem ser tributados como salário. O CEO da Alelo, Raul Moreira, acha que só o benefício de assistência preventiva à saúde tem espaço para ser tão grande quanto o mercado de vale refeição e alimentação, que hoje é de R$ 85 bilhões por ano. A expansão é especialmente relevante para uma indústria que diz ter margens líquidas extremamente baixas, de cerca de 2%, e, portanto, depende de escala. A Alelo é líder de mercado: pelos seus cartões passam cerca de R$ 30 bilhões por ano, ou 20% do total movimentado pela indústria. Em seguida vêm as francesas Sodexo, com cerca de 16%, seguida pela Ticket, do grupo Endered. Na Alelo, cerca de 80% do faturamento vem das taxas cobradas dos estabelecimentos comerciais ligados à sua rede. Além do vale-refeição, seu carro-chefe e segmento em que tem 31,5% de share, a Alelo trabalha com a gestão dos custos de frotas corporativas (controlando benefícios de abastecimento e manutenção dos veículos) e com vale-transporte. A companhia também está entrando no segmento de pedágios, com a Veloe, que vai concorrer com a Sem Parar e ConectCar. Em entrevista, Moreira, funcionário de carreira do Banco do Brasil e que até uns anos atrás chefiava a divisão de negócios de varejo do banco, fala dos planos da Alelo para o Brasil.