Economia

Latam perde mercado, mas aposta em novas rotas domésticas e internacionais

Companhia aérea, resultado da união da TAM com a chilena LAN, perde mercado, mas aposta em novas rotas domésticas e internacionais e na retomada do setor para voltar a crescer

Paula Pacheco/Estado de Minas
postado em 07/03/2018 06:00
Enquanto as empresas concorrentes cresceram no ano passado, a Latam viu sua participação no mercado doméstico recuar 6,2%

São Paulo ; A Latam, maior companhia aérea da América Latina, está encolhendo no Brasil. Dados da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) mostram que a participação de mercado da empresa, resultado da união da TAM com a chinela LAN, caiu 6,2% em 2017. Enquanto isso, as três principais concorrentes ; Gol, Azul e Avianca ; tiveram crescimento no mercado doméstico, de acordo com o número de passageiros-quilômetros pagos transportados (RPK, na sigla em inglês).

Em 2017, a Gol teve 36,2% de participação, alta de 0,5% ante 2016. A Azul conseguiu 17,8% (crescimento de 4,5%), enquanto a Avianca respondeu por 12,9% (avanço de 12,8%). Desde 2013, segundo informações da Anac, a participação da Latam vem encolhendo. Naquele ano, a companhia detinha 39,58% do mercado aéreo nacional. A fatia caiu para 38,13% no ano seguinte e depois para 36,7%. Em 2016, a empresa ficou com 34,79%, até chegar a 32,62% no ano passado. Mas 2018 pode ser o ano da retomada da Latam. Pelo menos é o que esperam o presidente do conselho de administração do grupo, Ignacio Cueto, e o principal executivo da operação brasileira, Jerome Cadier. De acordo com a previsão de resultados para 2018, divulgada recentemente, os investimentos e o crescimento devem ser retomados. Relatório do BTG Pactual mostrou que a empresa prevê expansão entre 2% e 4% no número de passageiros em voos domésticos, número ;consistente com a recuperação econômica do Brasil;, apontou o banco, ;após cinco anos de redução da capacidade e um corte de 4% em 2017;.

Por meio de nota, a Latam informou que os resultados de 2017 estão alinhados com a previsão feita pela empresa, que trabalhou com uma expectativa de redução de cerca de 4% na oferta no mercado doméstico ;em razão dos ajustes para adequação ao mercado. ;O foco da companhia;, diz o mesmo comunicado, ;é o crescimento estratégico no longo prazo, comprometido com a disciplina de capacidade para gerar sustentabilidade da indústria e melhores níveis de rentabilidade.;

Ainda de acordo com a empresa, para melhorar seus resultados será colocado em prática um plano que busca aumentar a capilaridade de sua malha aérea por meio do fortalecimento dos ;hubs; (como são chamados os centros de conexões) da companhia em Guarulhos (Grande São Paulo) e o anúncio de novos voos domésticos a partir de março. Ao todo, segundo a companhia, serão seis novas rotas domésticas e o aumento de frequências em oito mercados nacionais. ;Tal iniciativa amplia em 17% o volume de operações da companhia em Guarulhos e em 7% em Brasília, consolidando esses aeroportos como os seus hubs no país;, informou a empresa.

Ainda segundo nota, a Latam lidera as movimentações diárias em ambos os aeroportos, com 256 voos em Guarulhos, além de 158 voos em Brasília, o que corresponde a cerca de 60% de todas as suas operações diárias de passageiros. Com os lançamentos, cerca de 90% de todos os aeroportos brasileiros atendidos pela Latam terão ligação direta com os seus hubs no Brasil.


Exterior


As rotas internacionais também terão mudanças em 2018. A empresa passará a operar o trecho São Paulo-Roma, São Paulo-Boston, São Paulo-Mendoza, São Paulo-Tucumán e, temporariamente, São Paulo-Las Vegas. A partir de Fortaleza, será oferecida uma rota regular para Orlando e mais operações para Miami. Salvador ganhará voos regulares para Miami e Buenos Aires, enquanto Recife contará com um aumento da oferta para esses mesmos destinos.

A preocupação com a retomada da participação no mercado brasileiro tem relação direta com a relevância na receita da companhia. A operação nacional, segundo o resultado do terceiro trimestre de 2017, respondeu por um terço, ou 33,6%, do faturamento total do grupo, de US$ 7,4 bilhões.

Além de crescer, a Latam tem outro desafio pela frente: melhorar o atendimento ao cliente. Segundo a Anac, Latam e Azul foras as empresas com mais reclamações em 2017: 18 a cada 100 mil passageiros transportados. Elas foram seguidas pela Avianca (14) e Gol (7).

A Latam informou que foi formada uma equipe multidisciplinar com dedicação exclusiva para atuar na ;raiz dos problemas, considerando todo o ciclo de contato do cliente com a empresa. Esta equipe reportará diretamente para a diretoria de serviços da Latam Airlines Brasil;. Além disso, a companhia disse que tem aumentado a capacitação dos funcionários.

Ainda sobre o ranking de queixas de passageiros, a Azul disse ter ;o compromisso de atender seus clientes com excelência, por meio de um serviço de qualidade, eficiência, presteza e, principalmente, segurança.;

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