Simone Kafruni
postado em 15/03/2018 09:27
A Petrobras anunciou, nesta quinta-feira (15/3), o resultado de 2017, no qual obteve perdas de R$ 446 milhões, mas manteve a tendência de recuperação de seus resultados operacionais e registrou o menor prejuízo dos últimos quatro anos. Em 2016, o balanço fechou negativo em R$ 14,8 bilhões.
De acordo com a diretoria, a Petrobras teria alcançado um lucro líquido de R$ 7,089 bilhões, mas despesas extraordinárias, especialmente o acordo de R$ 11,198 bilhões para encerramento da ação coletiva de investidores nos Estados Unidos (class action) da class action e a adesão a programas de regularização de débitos federais, que somaram R$ 10,433 bilhões, tiveram impacto significativo no resultado.
O desempenho das operações da empresa manteve tendência positiva, com um resultado operacional mais que o dobro de 2016, totalizando R$ 35,624 bilhões. Houve redução de R$ 16,4 bilhões em relação a 2016 nas reavaliações dos ativos da companhia (impairment), fator que mais contribuiu na melhoria do lucro operacional.
Em 2017, por outro lado, essa despesa foi afetada negativamente por registros de impairment no setor de fertilizantes que levaram a uma baixa contábil de R$ 1,3 bilhão. O resultado operacional foi ainda favorecido pela queda de 10% nos custos operacionais gerenciáveis, alta de 24% no preço do petróleo no mercado internacional bem como um ganho maior as exportações.
"Estamos numa trajetória consistente de recuperação, seguindo à risca o que nos propusemos no nosso plano de negócios. Os maiores impactos no balanço de 2017 refletem despesas não recorrentes que reduziram incertezas e riscos em relação ao futuro da companhia;, disse o presidente da Petrobras, Pedro Parente.
Em 2017, a empresa reduziu a dívida líquida para US$ 84,871 bilhões, menor valor desde 2012. Com uma gestão ativa da dívida, também foi possível aumentar o prazo médio de vencimento de 7,46 para 8,61 anos e reduzir a taxa média de juros de 6,2% para 5,9%. Além disso, a despesa anual de juros da companhia caiu de R$ 25,6 bilhões em 2016 para R$ 22,3 bilhões.
Dividendos
Parente anunciou uma nova política de dividendos. "A empresa está propondo pagamentos trimestrais de dividendos, diante da perspecitiva de maior previsibilidade e de eliminação de incertezas, com o pagamento da class action dos Estados Unidos e de acordos de repactuação de tributos", informou. Antes da implementação, os estudos serão avaliados pelo conselho e, posteriormente, colococados para a aprovação em assembleia de acionistas. "Como foi o conselho que pediu a realização dos estudos, temos certeza de que serão aprovados", disse.
O presidente da Petrobras disse, ainda, que excluindo a class action, a Petrobras teria saído do prejuízo para lucro de R$ 7,1 bilhões. "Esse resultado é bastante positivo, apesar de contabilmente com perdas, sob o ponto de vista das eliminações das incertezas e mostra a qualidade dos números que estamos trazendo", reiterou.
Na área da produção, a Petrobras bateu recorde pelo quarto ano consecutivo. "Além disso, batemos a meta que estabelecemos, o que, de novo, mostra uma empresa previsível que dá condições melhores aos seus investidores", avaliou Parente. "Reduzimos os custos gerenciáveis em 10% em relação a 2016, sendo que já havia sido reduzido em realção a 2015", acrescentou.
O fluxo de caixa livre fechou 2017 em R$ 44 bilhões. "É preciso lembrar que, em 2013, esse fluxo estava negativo em R$ 42 bilhões, quando o barril do brent médio estava em US$ 142 dólares", destacou Parente. "Na área de parcerias de investimentos, tivemos entrada de US$ 6,4 bilhões em 2017. E teremos continuidade disso em 2018", disse.
Pedro Parente concluiu a divulgação dos resultados de 2017,comentando que a empresa está apresentando um sistema mais moderno e integrado de informações financeiras e de sustentabilidade. "Estamos satisfeitos com as entregas que estamos fazendo porque há uma clara percepção de melhora dos resultados",completou.