Rosana Hessel
postado em 28/03/2018 17:53
As empresas estatais federais melhoraram os resultados financeiros substancialmente em 2017, triplicando os lucros. O levantamento feito pela Secretaria de Coordenação e Governança das Empresas Estatais (Sest), do Ministério do Planejamento, mostra que o lucro líquido dos cinco grupos em 2017 somou R$ 28,362 bilhões. Esse dado ficou 214% acima do lucro de R$ 9,031 bilhões registrado no mesmo período em 2016.
Lideram esses cinco grupos Petrobras, Eletrobras, Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Banco do Brasil e Caixa Econômica Federal. ;Essas empresas correspondem de 90% a 95% da representatividade das estatais federais;, secretário Fernando Antonio Ribeiro Soares, da Sest. Caixa e BNDES foram as estatais que mais lucraram em 2017, com lucros de R$ 12,2 bilhões e R$ 11 bilhões, respectivamente. Esses dados constam no quinto boletim das empresas estatais da Sest, divulgado nesta quarta-feira (28/03). O resultado de todas as estatais será consolidado entre maio e junho.
De acordo com Soares, essa rentabilidade melhor das empresas é resultado, em grande parte, da melhora na gestão e da redução do endividamento, que passou de R$ 437 bilhões, em 2016, para R$ 412 bilhões, em 2017. Os investimentos das estatais também encolheram nesse período, passando de R$ 56,4 bilhões para R$ 50,4 bilhões.
O secretário destacou que outras medidas de melhoria de gestão estão encaminhadas, como a limitação os valores de empenho para os gasto com planos de saúde determinada por uma resolução do Planejamento de janeiro, com prazo de adequação de 48 meses. Em média, as estatais arcavam com 75%, ou mais, do custo dos planos de saúde para os funcionários, sem limitações para dependentes e a ideia é chegar a uma paridade. ;Pelas informações que tivemos de assembleias, a mudança dessa política permite uma economia de R$ 4 bilhões a R$ 5 bilhões em termos de pós-emprego para a Caixa;, explicou Soares.
Mais PDVs
Conforme dados do Secretário, a política de enxugamento do número de funcionários das estatais federais manteve o ritmo, passando de 533.188, em 2016, para 504.444, em 2017. Essa redução foi de 5,4% ou 28.744 pessoas. Soares esperava que esse dado ficasse abaixo de 500 mil, no ano passado, mas afirmou que os programas de demissões voluntárias (PDVs), continuam em curso. ;Existem 11 PDVs já autorizados que podem ser abertos neste ano, como ocorreu com o novo programa da Eletrobras, mas estamos analisando outros pedidos;, afirmou Soares. Desde que ele assumiu a Sest, em 2016, foram autorizados 20 PDVs.
Menos estatais
O número de estatais controladas direta ou indiretamente pela União caiu de 149, no terceiro trimestre de 2017, para 146 no quarto trimestre de 2017, com a extinção da Petrobras Participações (PPSL) e a incorporação da Downtream e Nova Transportadora Sudeste (NTN). Nesse universo, existem 18 estatais totalmente dependentes de recursos do governo federal. Em 2017, elas consumiram R$ 18,2 bilhões do orçamento da União valor 9,6% superior aos R$ 16,7 bilhões desembolsados em 2016. Já número de funcionários dessas empresas aumentou 3%, na contramão do total geral, passando de 72.141, em 2016, para 74.364, em 2017. Segundo Soares, esse crescimento ocorreu devido à inclusão de vários hospitais universitários sob a administração da Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (EBSERH).