Economia

Ações da Eletrobras caem pelo 2º dia consecutivo com mudanças no Ministério

Mercado desconfia dos rumos do programa de privatização, apesar das afirmações do futuro ministro de Minas e Energia, Wellington Moreira Franco, de que nada mudará

Agência Estado
postado em 10/04/2018 08:27
Moreira Franco disse nessa segunda-feira que a privatização da Eletrobrás foi viabilizada
As ações da Eletrobras caíram nessa segunda-feira (9/4) pelo segundo dia consecutivo, num sinal de que o mercado desconfia dos rumos do programa de privatização, apesar das afirmações do futuro ministro de Minas e Energia, Wellington Moreira Franco, de que nada mudará. A saída do ex-secretário executivo da pasta Paulo Pedrosa, um nome da preferência do setor, ocorrida na sexta-feira (6/4) ainda alimenta temores sobre o rumo das políticas da pasta. Eles foram reforçados nessa segunda-feira pelo pedido de demissão do presidente da Empresa de Planejamento Energético (EPE), Luiz Barroso.

[SAIBAMAIS]No esforço de mostrar que haverá continuidade, Moreira Franco disse ao Estado que escolheu Márcio Félix, atual secretário de Petróleo, Gás Natural e Combustíveis Renováveis, para ser seu secretário executivo. Ele integrava a equipe do ex-ministro Fernando Coelho Filho e tem uma atuação bem avaliada pelo setor

A informação, dada no início da tarde, não evitou que as ações da estatal terminassem o dia em queda. Os papéis com direito a voto tiveram redução de 9,56%, para R$ 18,36, enquanto as ações preferenciais perderam 6,74%, para R$ 22,01. Na última sexta-feira, as ações ordinárias já tinham tido queda de 9,17% e as preferenciais, de R$ 8,17%. Segundo analistas, há preocupação com as dificuldades que o governo vem enfrentando no processo.

As regras para a privatização ainda dependem de aprovação do Congresso Nacional, onde até a base governista reluta em discutir o assunto. Além disso, o ministro do Tribunal de Contas da União (TCU) Benjamin Zymler levantou dúvidas quanto à constitucionalidade da operação. Já o projeto de lei sobre a reforma no marco regulatório, que também contém temas que dão suporte à privatização, sequer saiu da Casa Civil.

Executivos do setor elétrico estão preocupados com o futuro da agenda setorial. O receio é que, com baixas de nomes técnicos, seja formado um time "mais político". Um executivo que pediu anonimato se disse frustrado pelo fato de não ter sido adotada, no Minas e Energia, a sucessão por técnicos da pasta como ocorreu, por exemplo, na Fazenda e no Planejamento, onde os secretários executivos assumiram o comando dos ministérios.

Para se contrapor a essas avaliações, Moreira Franco disse nessa segunda-feira que a privatização da Eletrobrás foi viabilizada pela atuação do Programa de Parcerias de Investimentos (PPI), que ele comanda. O PPI coordena as privatizações e concessões do governo de Michel Temer. A dúvida do mercado é se, mesmo com essas credenciais, ele comprará brigas políticas para seguir com o programa. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo

Tags

Os comentários não representam a opinião do jornal e são de responsabilidade do autor. As mensagens estão sujeitas a moderação prévia antes da publicação