Economia

Diretora do FMI vê "nuvens escuras" no horizonte do crescimento mundial

Christine Lagarde destacou que o FMI permanece otimista porque as economias avançadas devem crescer acima de seu potencial de crescimento médio este ano e no próximo

Agência France-Presse
postado em 11/04/2018 06:31
Christine Lagarde
Hong Kong, China - A diretora geral do Fundo Monetário Internacional (FMI), Christine Lagarde, vê "nuvens mais escuras" no horizonte do crescimento mundial em consequência, sobretudo, da tensão entre Estados Unidos e seus sócios que ameaça o livre comércio.

"O panorama geral é atualmente luminoso. Mas podemos ver nuvens mais escuras no horizonte", afirmou em uma conferência em Hong Kong antes da reunião de primavera (hemisfério norte) prevista para a próxima semana.

Lagarde recordou que o organismo multilateral revisou em alta, em janeiro, as previsões de crescimento econômico mundial, a 3,9% para 2018 e 2019.

Ela destacou que o FMI permanece otimista porque "as economias avançadas devem crescer acima de seu potencial de crescimento médio este ano e no próximo" e porque nos Estados Unidos há um cenário de pleno emprego.

[SAIBAMAIS]Paralelamente, as perspectivas continuam sólidas na Ásia, "o que é bom para todo mundo, pois esta região contribui em quase dois terços para o crescimento mundial", declarou.

A diretora do FMI, no entanto, que teve as declarações divulgadas com antecedência, considera que o ritmo de "crescimento esperado para 2018 e 2019 vai terminará por desacelerar" à medida em que as políticas de apoio à economia diminuírem, especialmente nos Estados Unidos e na China.

Neste contexto, Lagarde ressaltou a necessidade de atuação dos governos enquanto o contexto econômico permanece favorável.

"A janela de oportunidade está aberta. Agora há uma nova urgência porque a incerteza aumentou de forma significativa", disse, antes de citar as tensões comerciais, os maiores riscos orçamentários e financeiros, além da incerteza geopolítica.

Lagarde também apresentou suas prioridades para respaldar o crescimento econômico, a primeira delas que os governos "permaneçam à margem do protecionismo sob todas as suas formas".

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