Economia

Dyogo Oliveira afirma que é preciso consenso nacional para desenvolvimento

O presidente do BNDES disse que o Brasil perdeu ao longo das crises a sua capacidade de planejamento estratégico de longo prazo

Hamilton Ferrari
postado em 11/04/2018 12:20
O presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Dyogo Oliveira

O presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Dyogo Oliveira, disse que ainda não há um ;consenso nacional; sobre a ;nação que o Brasil quer ser; e citou a não aprovação da reforma da Previdência Social como um exemplo da falta de entendimento para um plano de desenvolvimento sustentável de longo prazo. A declaração foi dada durante evento de divulgação do projeto ;Desafios da Nação;, do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA). A cerimônia ocorreu na manhã desta quarta-feira (11/4) na entidade.

Oliveira disse que o Brasil perdeu ;ao longo das crises; a sua capacidade de planejamento estratégico de longo prazo. ;Isso tem reflexos importantes na nossa vida cotidiana;, destacou. O ;Desafios da Nação; é um projeto de ;desenvolvimento nacional; com propostas que promoverão a elevação da produtividade dos fatores de produção do Brasil.

De acordo com ele, o plano é mais um estudo que acumula uma ;massa crítica necessária; para o Brasil ter de volta uma base para o planejamento do país, que partem do ponto de partida das reformas econômicas. O presidente do BNDES apontou que as crises políticas e as fragmentações ;demonstram que o país ainda não reestabeleceu um consenso sobre a nação que queremos ser;.

Walter Baere, secretário-executivo adjunto do Ministério do Planejamento, afirmou que é impossível pensar num projeto de desenvolvimento sem a percepção ;clara; das estratégias e desafios do país. ;E, atualmente, nossos desafios são internos;, destacou. ;Olhando para o conjunto de despesas primárias de 2017, 57% das despesas era para previdência e assistência social;, apontou.

Ele destacou ainda que a projeção é de que o volume destes gastos aumente para 59,1% em 2018. Ele ainda disse que 12,5% é para pagamento de pessoal ativo, 7,9% para saúde e 2,4% para educação, o que representa 81,9% de todo as despesas.

;Só esse cenário já nos dá um diagnóstico que precisamos avançar. Hoje o Brasil perde para si mesmo, perdemos o jogo de desenvolvimento em função da ausência desses consensos (de adoção de medidas) ;, disse o secretário-executivo adjunto do Planejamento.

O presidente do BNDES apontou também que o Brasil está começando um longo ciclo de crescimento, que pode ser mais intenso caso as reformas sejam aprovadas. Se não ocorrer, ele destacou que o país não terá grande competitividade internacional. ;

(O Brasil) será um grande país da América Latina;, disse. ;Mas isso nós já somos. O Brasil quer ser um dos melhores países do mundo;, completou.

O presidente do IPEA, Enersto Lozardo, apontou que o ;Desafios da Nação;, é um projeto que transcende os governos. ;Ele difere de muito daquilo que já se fez no Brasil;, afirmou. Lozardo apontou que o objetivo é elevar a produtividade nacional de uma média de crescimento de 0,5% ao ano para 1,5% ao ano. ;O nosso objetivo é triplicar, é baixo ainda em relação aos países emergentes, mas é um avanço;, destacou. ;Outro lado importante do projeto é estar vinculado à uma agenda internacional, que é o desenvolvimento sustentável;, alegou.

Lozardo também reforçou a necessidade de reformas. ;Sem elas, esse plano não tem a menor significância;, alertou. ;As reformas nos criam um ambiente de certeza;, completou.

O primeiro volume do ;Desafios da Nação; tem mais de 150 páginas, divididas em 16 capítulos. O segundo volume vai abordar a segurança, ;alimentar, social e internacional;, explicou Lozardo. Também participaram da cerimônia de divulgação o secretário-executivo da Casa Civil, Daniel Sigelmann, e o vice-lider do governo na Câmara, Darcísio Perondi (MDB).

As propostas do ;Desafios da Nação; vão subsidiar a elaboração do Plano Plurianual (PPA) e partem da premissa de realização das reformas fiscal, trabalhista, previdenciária e tributária.

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