Economia

Meta fiscal de 2019 terá deficit de R$ 139 bilhões nas contas do governo

Governo mantém previsão da LDO de 2018 para o próximo ano e eleva salário mínimo para mais de R$ 1 mil pela primeira vez

Rosana Hessel
postado em 12/04/2018 16:32
O governo continuará com meta fiscal negativa em 2019. O novo objetivo do Projeto de Lei de Diretrizes Orçamentárias (PLDO) para o próximo ano terá um deficit de até R$ 139 bilhões nas contas do governo central, que engloba Tesouro Nacional, Banco Central e Previdência Social. Essa meta é a mesma contida no PLDO 2018. Neste ano, o rombo não pode ultrapassar R$ 159 bilhões.

As contas públicas têm fechado no vermelho desde 2014. E, pelas previsões do governo, a União continuará registrando deficits primários, ao menos, até 2021. Conforme o texto do PLDO, em 2020 o rombo será de R$ 110 bilhões, acima do saldo negativo previsto na LDO de 2018, de R$ 65 bilhões. Em 2021, a diferença entre a receita líquida e as despesas do governo federal ficará no vermelho em R$ 70 bilhões e não mais R$ 10 bilhões, como esperado anteriormente extraoficialmente pelo governo, sinalizando que em 2022, será muito pouco provável que as contas voltem ao azul.

Salário mínimo

O texto do PLDO que será enviado pelos ministérios do Planejamento e da Fazenda ao Congresso Nacional para elaborar a LDO de 2019 prevê um aumento de R$ 48, ou 5,03%, no salário mínimo, para R$ 1002. Será a primeira vez que o piso, atualmente em R$ 954,00 ficará acima de R$ 1 mil, conforme antecipou o Blog do Vicente. As previsões do governo são de 3,6%. Com isso, o reajuste previsto pelo governo implicará em um ganho real de 1,53%. Para 2020, o PLDO prevê que o mínimo passe para R$ 1.076,00 e, passando para R$ 1.153,00, em 2021.

Parâmetros

A equipe econômica manteve no PLDO de 2019 as previsões de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) de 2019 em 3%, que constam no relatório bimestral de avaliação de receitas e despesas do primeiro bimestre deste ano. Essa estimativa está acima da mediana do mercado, que vem reduzindo as previsões de expansão da economia e atualmente está em 2,8%. Para 2020, o governo espera uma desaceleração na economia, pois a alta prevista é de 2,4%, caindo para 2,3% em 2021.

A previsão de inflação de 2019 também foi elevada de 3,6%, em 2018, para 4,2%. Para os anos seguintes, está prevista manutenção da taxa em 4%, em 2020 e em 2021.

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