postado em 16/04/2018 12:00
Aproximadamente cem manifestantes ocupam o gramado que fica em frente ao Ministério de Minas e Energia, na manhã desta segunda-feira (16/4). O grupo, que reúne eletricitários, indígenas e integrantes do Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST), protesta contra a privatização da Eletrobras. Segundo a Polícia Militar do Distrito Federal (PMDF), até a última atualização desta matéria, a manifestação ocorria de forma tranquila, sem ocorrências.
Na terça-feira (17/4), a comissão especial que analisa o projeto de privatização da Eletrobras na Câmara dos Deputados ouve o presidente da estatal, Wilson Ferreira Jr. Na quarta-feira (18/4), outros especialistas do setor energético também devem falar aos membros comissão.
[SAIBAMAIS]A categoria dos eletricitários anunciou greve nacional de 24 horas a ser realizada hoje. A paralisação não afeta o fornecimento do serviço. Movimentos contra a privatização da Eletrobras acontecem também em diversos estados. No Rio de Janeiro, além de protestar contra as demissões e o "desmonte do setor elétrico", lideranças do MTST lembraram ainda a ocupação do triplex atribuído ao ex-presidente Lula, no Guarujá (SP).
Eletrobras
O projeto de privatização da Eletrobras se tornou recentemente uma das principais pautas do governo federal na Câmara dos Deputados. O Executivo esperar arrecadar R$ 12,2 bilhões com a venda de ações da empresa.
De acordo com a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), a venda da Eletrobras vai resultar em um aumento inicial na tarifa de energia de 16,7%, no mínimo. Especialistas apontam reajustes superiores a 70%. Os críticos à ideia dizem, ainda, que a privatização significa entregar a empresas estrangeiras o poder de decisão sobre um setor estratégico para a soberania nacional.
A Eletrobras, responsável por mais da metade da energia elétrica consumida no país, controla 47 hidrelétricas, 114 térmicas (energia gerada a partir da queima de carvão, gás ou óleo), 69 usinas eólicas e distribuidoras de energia de seis estados: Acre, Alagoas, Amazonas, Piauí, Rondônia e Roraima. Estão entre os estados com menores IDH do país Piauí, Alagoas e Acre.