Economia

Entenda as novas condições da Caixa Econômica para financiar imóveis

Caixa reduz taxas, permitindo que mutuários deixem de gastar mais de R$ 100 mil, dependendo da faixa de preço

Flávia Ayer/Estado de Minas
postado em 17/04/2018 09:22
O limite de empréstimo para a compra de imóveis usados voltou a ser de 70% do valor
Condições facilitadas para financiar imóveis. A Caixa Econômica Federal reduziu as taxas de juros do crédito imobiliário e aumentou o percentual de financiamento do valor dos imóveis. Com as novas condições, o banco garante economia superior a R$ 100 mil, conforme a faixa de preço do bem adquirido. A medida, em vigor desde ontem, pretende aquecer a cadeia produtiva da construção civil, com a injeção de R$ 82,1 bilhões em recursos para financial habitacional. No entanto, isso não deve eliminar uma boa pesquisa dos encargos oferecidos pelos bancos concorrentes.

Segundo a projeção do banco, uma pessoa que contrair financiamento da casa própria no valor de R$ 300 mil, no prazo de 30 anos, vai economizar cerca de R$ 50 mil com as novas taxas. Proprietários de imóveis residenciais na faixa dos R$ 450 mil, financiados no mesmo prazo, podem deixar de gastar R$ 75 mil. Já os financiamentos de bens com valor superior a R$ 800 mil vão poupar cerca de R$ 135 mil.

As taxas mínimas passaram de 10,25% ao ano para 9% ao ano, no caso de imóveis do Sistema Financeiro de Habitação (SFH), aqueles residenciais avaliados em até R$ 950 mil em Minas Gerais. Para essa categoria, as taxas máximas caíram de 11% para 10,25%. Já no caso dos imóveis com valor até R$ 3 milhões, enquadrados no Sistema de Financiamento Imobiliário (SFI), as taxas mínimas passaram de 11,25% ao ano para 10% ao ano e as máximas, de 12,25% para 11,25% anuais. Os imóveis residenciais acima dos limites do SFH são enquadrados no SFI.

A Caixa também mudou o limite de cota de financiamento do imóvel usado, de 50% para, novamente, 70%. O limite para imóvel novo continua em 80% do valor da unidade. ;A Caixa espera gerar emprego e renda e alavancar o setor da construção civil, que mais gera emprego no país;, afirma o superintendente da Caixa em Minas Gerais, Marcelo Bonfim. As novas condições não valem para quem já contraiu empréstimo.

Desde o início da crise, a Caixa vem mudando as regras para financiamento imobiliário, perdendo a competitividade na comparação com outras instituições financeiras. A última redução ocorreu em novembro de 2016, quando as taxas mínimas passaram de 11,22% para 9,75% ao ano para imóveis financiados pelo SFH, e de 12,5% para 10,75% ao ano para imóveis do SFI.

Reação

O mercado imobiliário reagiu positivamente às mudanças. De acordo com a presidente da Câmara do Mercado Imobiliário e Sindicato das Empresas do Mercado Imobiliário de Minas Gerais (CMI/Secovi), Cássia Ximenes, elas chegam num momento muito propício para o mercado. ;As pessoas estavam com medo de contrair a dívida, de assumir um financiamento diante da possibilidade de desemprego iminente;, afirma.

Com tantas mudanças pelo banco nos últimos anos, Cássia recomenda que clientes aproveitem as taxas, mas pesquisem. ;O consumidor deve comparar com outros bancos e, se tiver condição, aproveitar essa janela de oportunidade, pois não sabemos a durabilidade dela;, reforça. Segundo o superintendente da Caixa, a intenção é manter por um bom tempo essas taxas.

O economista e coordenador sindical do Sindicato da Construção Civil de Minas Gerais (Sinduscon-MG), Daniel Furletti, destaca que as medidas impactam positivamente o setor. A indústria enfrentou retração de 5% no ano passado e, para 2018, espera crescimento na casa dos 2%, abaixo do Produto Interno Bruto (PIB, o conjunto da produção de bens e serviços do país), de 2,7%. ;Daqui a uns dois meses conseguiremos sentir como isso vai interferir no estoque de imóveis e nos números;, diz. Furletti avalia que a medida vai favorecer lançamentos imobiliários em 2018, considerando também o estoque em baixa.

FGTS liberado

O presidente Michel Temer assinou ontem decreto que permite o uso do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) por trabalhadores com deficiência para a compra de órteses e próteses. O decreto será publicado no Diário Oficial da União (DOU) de hoje. Pela medida, é considerado trabalhador com deficiência ;aquele que tem impedimento de longo prazo de natureza física ou sensorial; ou que tenha impedimento ;que produza efeitos pelo prazo mínimo de dois anos.;

Como fica
Quanto o consumidor pode economizar com as novas taxas da Caixa para a casa própria*

Valor do imóvel Economia
Imóveis de R$ 300 mil R$ 50 mil
Imóveis de R$ 450 mil R$ 75 mil
Imóveis de R$ 800 mil R$ 135 mil

*considerando financiamentos de imóveis residenciais no prazo de 30 anos

Fonte: Caixa Econômica

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