Economia

FMI: reforma fiscal impulsionará economia dos EUA em 2018 e 2019

Em seu novo panorama econômico mundial, o FMI elevou levemente sua projeção de crescimento americano a 2,9%

Agência France-Presse
postado em 17/04/2018 13:55
A economia americana vai se acelerar em 2018, devido à reforma fiscal recentemente aprovada, embora este mesmo fator seja responsável por frear a expansão a partir de 2019 - indicou o Fundo Monetário Internacional (FMI) nesta terça-feira (17).

Em seu novo panorama econômico mundial, o FMI elevou levemente sua projeção de crescimento americano a 2,9% - um avanço de 0,2 ponto em relação à previsão que a entidade financeira tinha divulgado em janeiro passado. Para 2019, a entidade financeira previu um crescimento de 2,7% (um aumento de 0,2% sobre janeiro).

Esse desempenho da economia americana experimentará de forma contínua, porém, um processo de desaceleração até aproximadamente 2,3%, estimou o Fundo. De acordo com os especialistas do FMI, a reforma fiscal adotada em dezembro de 2017, com seus cortes maciços de impostos às grandes empresas, produzirá 1,2 ponto de crescimento do PIB até 2020.

Às reduções tributárias soma-se o forte aumento dos gastos, especialmente militares, e, a mais longo prazo, em infraestrutura.

Riscos da reforma


De acordo com o FMI, porémm, a enorme reforma fiscal, somada a uma economia que opera praticamente em pleno potencial, também abre a porta para diversos riscos. "A política orçamentária americana, muito expansionista, chegará a um ponto em que o déficit em conta corrente (...) originará desequilíbrios no país", prevê o organismo.

A reforma fiscal, que beneficia empresas e grandes fortunas, também vai "aprofundar as diferenças de renda e isso afetará o clima político e as opções políticas no futuro", apontou. Ao mesmo tempo, a inflação americana deverá alcançar 2% neste ano e 2,5% em 2019, apontou o documento do FMI, que realiza o cálculo dos preços ao consumidor sem incluir os gastos de energia e alimentação.

O FMI também apontou que "as recentes restrições a importações anunciadas pelos Estados Unidos e as represálias anunciadas pela China (...) geram preocupação e ameaçam afetar a atividade" econômica, tanto nos EUA, quanto em nível global.

Tensões com a China


Enquanto isso, a política monetária deve se acelerar, e as taxas de juros alcançariam 2,5% no fim de 2018, para chegar a 3,5% em 2019, antes de recuar a cerca de 3% em 2022. Esses níveis são mais elevados que a projeção do Federal Reserve (Fed, o Banco Central americano), de 2,1% neste ano e de 2,9% no próximo.

Washington acusa o gigante asiático de "práticas comerciais desleais" e, por isso, impôs tarifas suplementares às importações de produtos chineses, em particular ao aço e ao alumínio. Em resposta, o gigante asiático já anunciou represálias a produtos americanos, inclusive do sensível setor agrícola, como a soja.

Paralelamente, os Estados Unidos atravessam um difícil processo de negociação do Acordo de Livre-Comércio da América do Norte (Nafta, na sigla em inglês), que integra com México e Canadá.

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