Economia

Pedro Parente, presidente da Petrobras, deve assumir conselho da BRF

Passando por uma grave crise administrativa, a gigante teve um prejuízo de R$ 1,1 bilhão somente no ano passado

Maiza Santos*
postado em 19/04/2018 09:42
Parente seria consenso entre os acionistas da BRF que travam uma disputa pelo comando da companhia
Depois de um impasse entre acionistas, o presidente da Petrobras, Pedro Parente, é apontado como substituto do empresário Abílio Diniz no conselho de administração da BRF, empresa líder no mercado de alimentos processados no Brasil. Passando por uma grave crise administrativa, a gigante teve um prejuízo de R$ 1,1 bilhão somente no ano passado.

Parente seria consenso entre os acionistas da BRF que travam uma disputa pelo comando da companhia. Visto como um executivo experiente e apontado como responsável pela recuperação da Petrobras, o mercado reagiu de forma positiva a uma possível nomeação, as ações na bolsa subiram 9%. A votação será no dia 26, quando acontece a assembleia geral do conselho.

Em nota, a Petrobras não confirmou a nomeação, mas deixou claro que as funções de Parente serão mantidas. ;A respeito das informações extraoficiais sobre a indicação do Sr. Pedro Parente para a presidência de Conselho de Administração de outra companhia de capital aberto no país, a Petrobras esclarece que não haverá qualquer mudança no exercício de sua função de presidente desta empresa;.

O executivo também está à frente do Conselho de Administração da B3 ; administradora da bolsa de valores de São Paulo - e deve abrir mão do cargo para assumir a BRF. ;Conforme entendimento havido durante o convite para assumir a presidência da Petrobras, pode participar do conselho de uma empresa fora do Sistema Petrobras, desde que não exista conflito estrutural de interesses, de acordo com o Estatuto Social da companhia;, informou a Petrobras.

A empresa, que é resultado da fusão da Sadia com a Perdigão, sofre com problemas de gestão que culminaram na saída do presidente-executivo, Pedro Faria, no ano passado. O fraco desempenho fez com que os fundos de pensão Petros (Petrobras) e Previ (Banco do Brasil), que juntos detém 22% do capital da BRF, pedissem a substituição de Abílio. Desde a Operação Carne Fraca, a companhia estava impedida de vender frango para a União Europeia. Nesta quarta-feira (18/4), o governo brasileiro anunciou a suspensão do auto embargo.

Antes da estatal, o executivo de 65 anos presidiu a Bunge Brasil, de 2010 a 2014. De 2003 a 2009 foi vice-presidente do grupo RBS. Sua carreira teve início no serviço público, em 1971, no Banco do Brasil. Atuou em diversos cargos da área econômica no governo.

Tags

Os comentários não representam a opinião do jornal e são de responsabilidade do autor. As mensagens estão sujeitas a moderação prévia antes da publicação