postado em 19/04/2018 20:21
A previsão oficial de que a economia brasileira crescerá 3% este ano e em 2019 está mantida, disse nesta quinta-feira (19/4) o ministro da Fazenda, Eduardo Guardia. Ele classificou de normais os indicadores recentes, que saíram abaixo do esperado, dizendo que, em determinadas fases do ciclo de recuperação, é esperado que alguns resultados venham aquém do previsto.
[SAIBAMAIS];O Brasil saiu da recessão. Estamos no caminho do crescimento. Todos os segmentos estão crescendo, inclusive os investimentos, como em bens de capital [máquinas e equipamentos usados na produção]. Temos também inflação sob controle e patamar de juros menor que a gente nunca viu. O importante é a tendência;, declarou o ministro, que participa de reunião do Fundo Monetário Internacional (FMI) e do Banco Mundial, em Washington, em entrevista cujo áudio foi fornecido pela assessoria da pasta.
Eduardo Guardia, no entanto, não descartou a possibilidade de o governo rever as estimativas caso seja necessário. Ele voltou a defender a necessidade de o governo prosseguir com as reformas estruturais para elevar o crescimento potencial ; o quanto o país cresce sem a interferência de fatores externos ; do Produto Interno Bruto (PIB, soma das riquezas produzidas no país) brasileiro.
Segundo o ministro, a economia só poderá crescer mais e de forma sustentável com a reforma da Previdência, a reforma tributária, as concessões na área de infraestrutura e a capitalização da Eletrobras e os leilões de exploração da camada pré-sal. De acordo com ele, caso o país consiga levar adiante essas medidas, o PIB potencial subiria de 2,5% para ;algo entre 3,5% a 4%;.
Oficialmente, os ministérios da Fazenda e do Planejamento projetam crescimento de 3% para o PIB em 2018 e 2019, 2,4% em 2020 e 2,3% em 2021. Para este ano, as estimativas estão mais otimistas que as do mercado. Segundo o boletim Focus, pesquisa com instituições financeiras feita semanalmente pelo Banco Central, os analistas apostam em crescimento de 2,76% para 2018, contra previsão de 2,9% no início de março.
Entre as principais reformas que precisam ser feitas para elevar o PIB potencial brasileiro, Guardia citou a da Previdência, a tributária, os projetos de concessões na área de infraestrutura e os processos de atração de investimento (como a capitalização da Eletrobras e leilões para exploração do pré-sal pela Petrobras), que seriam a prioridade para este ano.
Reforma tributária
O ministro afirmou que a proposta que simplifica o Programa de Integração Social (PIS) e a Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social (Cofins) deve ir ao Congresso no início de maio. Ele disse que o governo está empenhado em enviar, ainda este ano, outra proposta para simplificar o Imposto sobre a Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS), mesmo este sendo um ano eleitoral. ;A relação com o Congresso é boa e são temas de interesse do país. Haverá espaço para dialogar;, destacou.
Na manhã desta quinta, Guardia participou de uma reunião com ministros das Finanças de outros países sobre a Venezuela. Segundo o ministro, os participantes mostraram preocupação com a economia e a situação humanitária do país vizinho. Ele disse que é preciso continuar acompanhando a evolução do cenário.