Letícia Cotta*
postado em 26/04/2018 11:01
São mais de 4,9 milhões de empregos, e U$ 153 mi de contribuição ao Produto Interno Bruto (PIB), gerados pela aviação na América Latina. Contudo, as projeções não parecem favoráveis: a expectativa era dobrar o número de passageiros transportados até 2020, porém a Associação Brasileira das Empresas Aéreas (ABEAR) afirma que as pesquisas estão sendo refeitas, durante evento Airport Infra Expo 2018, que acontece em Brasília durante toda esta quinta-feira (26/4).
O cenário produzido para 2020 foi feito com base em anos anteriores à 2012, quando o estudo foi elaborado, segundo o presidente da ABEAR, Eduardo Sanovicz. "O que ninguém conseguiria prever é o que aconteceria alguns anos depois, em 2015. Todos os estudos estão sendo refeitos", afirma.
Em 2017, apesar da grave crise econômica sofrida pelo país, houve a recuperação de 2,5 mi de passageiros, dos 8 mi perdidos no ano anterior. "Além disso, Mais de 23 ou 25 aeronaves já estão de volta, das 60 que deixaram o país em 2016", revela Sanovicz. "Não há nada que diga que as coisas não vão melhorar nos próximos anos", projeta.
O setor de serviços auxiliares cresceu cerca de 3% em 2016, o que equivale a 28 mil trabalhadores inseridos no mercado, de acordo com o presidente da Associação Brasileira das Empresas de Serviços Auxiliares ao Transporte Aéreo (ABESATA), Ricardo Miguel. "Contrariando as tendências nos últimos anos, onde o PIB caiu 3 ou 4, as empresas de serviço auxiliar cresceram 3% em efetivo", afirma.
A projeção da Associação Brasileira de Aviação Geral (ABAG) é gerar cerca de R$ 3 bi em investimentos aeroportuários, de acordo com o presidente da ABAG, Flávio Pires. "Talvez seja bem maior que os investimentos públicos na área se olharmos por esse lado", analisa. Apesar da crise no setor, motivada pela do país, a perspectiva é de melhora. "Comparamos o primeiro e segundo mês de 2017 com 2018, e mostra uma forte recuperação de recuperação econômica, que está começando a decolar", afirma.
Na infraestrutura aeroportuária, no entanto, o cenário parece negativo já que o número de passageiros teve uma alta de 3,6% (que equivale a 108,6 mi), e um decréscimo de 2,4% de aeronaves ; equivalente a 1,5 mi. "Apesar desse cenário de 2016 comparado a 2017, a perspectiva é de melhora", afirma o presidente da Empresa Brasileira de Infraestrutura Aeroportuária (INFRAERO), Antônio Claret.
Já entre 2016 e 2017, houve a INFRAERO teve um crescimento de 15,2%, e investimento de 2,6 mi. "Acreditamos no setor, estamos fazendo e continuaremos com investimentos nele", declara Claret. Apesar do otimismo, a INFRAERO perdeu cerca de 4 aeroportos. "Em 2015, tínhamos 11 mil empregados, e hoje temos 8 mil", revela.
Apesar disso, a instituição não se mantém parada. "Buscamos um plano de sustentabilidade, fizemos um incentivo de plano de desligamento, estamos criando uma empresa de serviço de navegação aérea em conjunto com a aeronáutica, a Nave Brasil para que ela faça administração do setor de navegação aérea do país, implementação de planos de gestão, dentre outros", anuncia Claret.
*Estagiária supervisionada por