Economia

Desemprego aumenta em março e atinge 13,7 milhões de pessoas, diz IBGE

Apesar do patamar elevado de desemprego, houve melhora em relação a igual período do ano anterior, segundo dados

Vera Batista
postado em 27/04/2018 09:19

Carteira de trabalho

O desemprego cresceu no país no primeiro trimestre desse ano. O número de pessoas sem ocupação ficou em 13,7 milhões, no trimestre móvel de janeiro a março de 2018, número 11,2% maior que o registrado entre outubro e dezembro de 2017, quando 12,3 milhões de trabalhadores estavam desocupados. Comparando, no entanto, com o mesmo período do ano anterior, o desprego recuou 3,4% (eram, à época, 14,2 milhões de brasileiros). Os dados são da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio Contínua (Pnad Contínua), divulgada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

A força de trabalho (pessoas ocupadas e desocupadas), de acordo com a Pnad Contínua, entre janeiro a março de 2018, foi estimada em 104,3 milhões de pessoas, estável quando comparada com o trimestre de outubro a dezembro de 2017, mas com expansão de 1,1% frente ao mesmo trimestre do ano anterior (mais 1,1 milhão de pessoas). O pessoal fora da força de trabalho, esse ano, é de 64,9 milhões de pessoas, semelhante ao trimestre de outubro a dezembro de 2017 e ao mesmo trimestre do ano anterior.

Rendimento se mantém estável

De acordo com o levantamento, o rendimento médio dos brasileiros empregados também se manteve estável. O valor recebido foi estimado em R$ 2.169 no três primeiros meses desse ano, semelhante ao embolsado de outubro a dezembro de 2017 (R$ 2.173) e de janeiro a março daquele ano (R$ 2.169). Apenas na categoria serviços domésticos foi registrado aumento do ganho médio (2,4%, ou mais R$ 21), no confronto com o ano anterior A massa de rendimento real recebido em todos os trabalhos pelas pessoas ocupadas ficou igualmente nos mesmos patamares, em R$ 191,5 bilhões, em ambas comparações.

[SAIBAMAIS]A Pnad Contínua também apontou que o número de ocupados, de 90,6 milhões no trimestre de janeiro a março de 2018, caiu 1,7% em relação aos três últimos meses de 2017 (menos 1,528 milhão de pessoas). Em relação a semelhante período do ano passado, quando havia no Brasil 88,9 milhões de pessoas ocupadas, cresceu 1,8% (mais1,634 milhão). O nível da ocupação (percentual de pessoas ocupadas na população em idade de trabalhar) foi de 53,6%, de janeiro a março de 2018, com queda de 0,9 ponto percentual frente a outubro a dezembro de 2017 (54,5%). Em relação a igual trimestre do ano anterior, quando o nível da ocupação no Brasil foi de 53,1%, houve queda de 0,5 ponto percentual.

No setor privado, há 32,9 milhões de empregados com carteira de trabalho assinada (sem considerar os domésticos). Houve queda de 1,2% (menos 408 mil pessoas) frente ao trimestre anterior e redução de 1,5% (-493 mil), no confronto com o mesmo trimestre de 2017. Já o número dos sem carteira assinada (10,7 milhões de pessoas), esse ano, recuou em 402 mil pessoas e cresceu 5,2% (mais 533 mil), em relação ao mesmo trimestre do ano anterior. Da mesma forma, os trabalhadores por conta própria (23 milhões) ficou estável na comparação com o trimestre anterior e cresceu 3,8% (mais 839 mil), em relação ao mesmo período do ano anterior.

Assim como a quantidade de empregadores (4,4 milhões de pessoas) ficou estável em relação ao trimestre anterior, e cresceu 5,7% (mais 234 mil pessoas), no confronto com o ano passado. A categoria dos trabalhadores domésticos (6,2 milhões de pessoas) encolheu 2,6% no confronto com o trimestre anterior e se manteve estável frente ao início de 2017. No setor público (inclusive servidores estatutários e militares), há 11,2 milhões de pessoas, com queda 2,2% frente ao trimestre anterior, mas alta ao se comparar com o mesmo trimestre de 2017, de 3,2% (mais 345 mil pessoas).

No setor privado, houve redução na oferta de emprego, por setor de atividade nas duas comparações, pelas estimativas do IBGE, em indústria (2,7%, -327 mil pessoas), construção (5,6%, -389 mil), comércio, reparação de veículos automotores e motocicletas (2,2%, -396 mil), administração pública, defesa, seguridade social, educação, saúde humana e serviços sociais (1,7%, -267 mil) e serviços domésticos (2,6%, -169 mil pessoas)

Na comparação com janeiro a março de 2017, o aumento foi nas categorias alojamento e alimentação (5,7%, ou mais 283 mil pessoas), administração pública, defesa, seguridade social, educação, saúde humana e serviços sociais (3,1%, %2b467 mil) e outros serviços (10,4%, 441 mil). E queda no grupamento de construção (4,1%, -280 mil).

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