Hamilton Ferrari
postado em 30/04/2018 11:05
As contas do setor público consolidado registraram deficit de R$ 25,1 bilhões em março desde ano, segundo o relatório "Estatísticas Fiscais", divulgado na manhã desta segunda-feira (30/4) pelo Banco Central. Esse foi o pior resultado para o mês desde o início da série histórica.
O resultado consolidado é formado pelas contas do governo central, que tombou R$ 25,5 bilhões, dos governo regionais, que teve um superavit de R$ 552 milhões, e pelas estatais, que também obtiveram queda de R$ 156 milhões nas contas.
No primeiro trimestre, o resultado primário do setor público foi de um superávit de R$ 4,4 bilhões, o que representa R$ 2,2 bilhões a mais do que no mesmo período de 2017. No acumulado de 12 meses, o rombo foi de R$ 108,4 bilhões, registrando 1,64% do Produto Interno Bruto (PIB) - 0,21 ponto percentual acimado do deficit até fevereiro.
A dívida bruta federal subiu R$ 4,984 trilhões e alcançou, em março, o equivalente a 75,3% do PIB, uma alta de 0,2 ponto percentual em relação ao que foi marcado no mês anterior. Já a dívida líquida foi de R$ 3,436 tilhões, ou seja, 52,3% do PIB. A alta foi de 0,3 ponto percentual em relação ao resultado de fevereiro.
Os juros nominais do setor público consolidado chegaram a R$ 32,5 bilhões no mês passado, maior que em fevereiro, quando ficou em R$ 28,4 bilhões. De acordo com o relatório do BC, a elevação foi influenciada pelo aumento no número de dias úteis no mês de referência.
Em comparação com março de 2017, houve uma diminuição (de R$ 43,3 bilhões para R$ 32,5 bilhões), resultado dos "principais indexadores da dívida, a Selic e os índices de inflação, especialmente o IPCA." Em 12 meses, os juros nominais alcançaram R$ 379,5 bilhões (5,73% do PIB), registrando uma queda de 0,18 ponto percentual em relação ao que foi contabilizado ao término de fevereiro.
Meta fiscal
A meta fiscal para as contas públicas do governo federal é de R$ 159 bilhões em 2019. Desde o segundo semestre de 2017, a arrecadação da Receita Federal têm demonstrado resultado positivos. Além disso, o Ministério da Fazenda espera um crescimento de 3% do PIB, o que influencia nos ganhos com tributos, mas o mercado está com projeções de alta de 2,75% na atividade econômica.
O Correio apurou que no primeiro trimestre de 2018 a expansão, que será anunciada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), deve ficar em torno de 0,5%.