O valor médio da gasolina nos postos brasileiros subiu em 15 estados na semana passada, segundo dados da Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP). Já no Distrito Federal e em mais oito estados, houve queda no preço médio do combustível.
No DF, é possível comprar gasolina por menos de R$ 4. Quem costuma passar pela Estrada Parque Taguatinga (EPTG), por exemplo, encontra o litro por R$ 3,97. Já os moradores das asas Sul e Norte ficam em desvantagem, pois não há, nas bombas, combustível por menos de R$ 4,17. No fim das contas, quem pesquisa consegue economizar até R$ 10 a cada tanque cheio abastecido.
Na média nacional, houve alta nos preços médios entre as duas semanas, de 0,26%, passando de R$ 4,215 para R$ 4,226. Em São Paulo, maior consumidor do país e com mais postos pesquisados, o combustível subiu 0,72% na semana passada, de R$ 4,006 para R$ 4,035, em média. No Rio de Janeiro, de R$ 4,727 para R$ 4,734, com avanço de 0,15%.
Segundo especialistas, a oscilação de preços é causada por diversos fatores. ;A demanda é um deles. Se eu tenho mais pessoas consumindo o combustível, o preço da gasolina costuma aumentar;, explica o economista sênior da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), Fábio Bentes. De acordo com ele, a tributação também influencia na disparidade de preços entre os estados. ;Cada estado tem uma tributação diferente. O famoso Imposto sobre Circulação de Mercadoria e Serviços (ICMS) é diferente em cada região;, explicou.
;Existe também a questão da logística;, acrescenta Bentes. ;A distribuição do combustível se dá por transporte rodoviário, e aí temos o preço do frete cobrado. O valor do combustível na bomba já vem com todos esses fatores atribuídos;, conta o economista.
Apesar do recuo da última semana, o consumidor se mantém bastante insatisfeito com o preço dos combustíveis nos postos. De acordo com a servidora pública Kátia Fabiane Oliveira, 42 anos, a alternativa é aproveitar estabelecimentos com promoções. ;Eu abasteço sempre que vejo um preço mais em conta. Às vezes, eu fico até 15 minutos na fila, mas vale a pena;, contou. Moradora de Vicente Pires, ela está sempre passando pela EPTG à procura de valores mais baixos. ;Hoje, por exemplo, estava indo para casa e decidi vir por esse caminho. Encontrei o litro da gasolina a R$ 3,97, e aproveitei para abastecer;, disse.
Cartel
Ela desconfia de que os cartéis continuam atuando no DF. ;Em Taguatinga, os valores da gasolina sempre são os mesmos, no Plano Piloto, a mesma coisa. Para mim, isso é muito estranho. Os preços deveriam ser mais competitivos e não padronizados;, argumentou.
De acordo com Bentes, os preços parecidos em estabelecimentos próximos não significa formação de cartel. ;Na realidade, existe uma competição muito grande nos postos. Dentro de um mesmo estado, a concorrência faz com que a margem de lucro não seja a mais elevada;, afirma. ;A prova disso é que uma parte dos estabelecimentos de combustíveis estão sendo substituídos por empreendimentos imobiliários, porque são mais lucrativos;, destaca.
* Estagiária sob supervisão de Rozane Oliveira