Economia

Bradesco também avalia pagamento à vista a poupadores por planos

Além do Banco do Brasil, o Bradesco avalia a possibilidade de formas de antecipar o pagamento aos poupadores pelas perdas com planos econômicos das décadas de 1980 e 1990

Agência Estado
postado em 22/05/2018 17:15
Além do Banco do Brasil, que anunciou nesta terça-feira (22/5) que avalia a possibilidade de formas de antecipar o pagamento aos poupadores pelas perdas com planos econômicos das décadas de 1980 e 1990, o Bradesco informou ao Broadcast (serviço de notícias em tempo real do Grupo Estado) que também cogita o mesmo. A ideia do banco é efetuar, a despeito do cronograma estabelecido no acordo, o pagamento à vista e não por meio de uma linha de crédito.

O Itaú Unibanco foi o primeiro grande banco a anunciar a medida, em março, para correntistas do banco que se enquadrassem nos critérios estabelecidos. Já o Santander Brasil informou na segunda, dia 21, que fará a antecipação dos valores devidos aos poupadores, mas por meio de uma linha de crédito nos moldes das que os bancos oferecem para antecipação do 13; salário ou do Imposto de Renda, com custo de 1,49% ao mês.

Os bancos privados não abrem as provisões que possuem para planos econômicos. Tanto Itaú quanto Bradesco informam, em seu formulário de referência, que o colchão para demandas cíveis, que incluem as futuras indenizações, é superior a R$ 5 bilhões.

Já o Santander contava, ao final de dezembro último com R$ 2,5 bilhões em provável risco de perda decorrente de passivos do contencioso cível. Conforme o banco explica em seu formulário de referência, esse valor está provisionado e o possível risco de perda relacionado a passivos decorrentes do contencioso cível totalizava R$ 1,3 bilhão.

De acordo com o presidente do BB, Paulo Caffarelli, o banco avalia formas de antecipar o pagamento aos credores, mas não cogita fazê-la via uma linha de crédito. O banco estatal conta com R$ 4,5 bilhões em provisões para fazer frente ao pagamento aos poupadores. Cálculos feitos pelo JPMorgan, no passado, indicavam que o fator devido à instituição ficaria entre R$ 2,2 bilhões e R$ 3,3 bilhões.

Já a Caixa Econômica Federal informou que 222 mil poupadores podem fazer a adesão junto ao banco público, num valor total de R$ 1,2 bilhão. Segundo a instituição, mais da metade vai receber até R$ 5 mil, patamar em que todos recebem os recursos de uma só vez. Ao final de dezembro, a Caixa somava cerca de R$ 1,5 bilhão para fazer frente às indenizações por conta dos planos econômicos.

Para valores entre R$ 5 mil e R$ 10 mil, a indenização pode ser feita em uma parcela à vista e duas semestrais. Já acima dos R$ 10 mil, serão pagos uma parcela à vista e quatro semestrais.

Fechado em dezembro do ano passado entre bancos e representantes de poupadores, o acordo sobre as perdas foi homologado pelo Supremo Tribunal Federal (STF) no início deste ano.

Mais cedo, evento em Brasília, no Palácio do Planalto, marcou o lançamento da plataforma que vai viabilizar a adesão dos poupadores ao acordo com os bancos para que seja feita a indenização das perdas ocorridas com os planos econômicos das décadas de 1980 e 1990.

A expectativa do governo é que o pagamento injete entre R$ 11 bilhões e R$ 12 bilhões na economia brasileira para um total de 3 milhões de pessoas.

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