Economia

Shell defende política de preços de combustíveis conduzida pela Petrobras

O presidente da Shell Brasil disse também que a companhia mantém grande apetite pelo País, mesmo com oscilações no cenário macroeconômico

Agência Estado
postado em 23/05/2018 16:02
O presidente da Shell Brasil disse também que a companhia mantém grande apetite pelo País, mesmo com oscilações no cenário macroeconômico
O presidente da Shell Brasil, André Araújo, defendeu a política de preços de combustíveis conduzida pela Petrobras e considerou uma situação normal de mercado a elevação dos preços nas bombas em meio à alta na cotação do barril de petróleo no mercado internacional e à valorização do dólar.

"O aumento do combustível é uma circunstância do momento, pois o dólar e o barril sofrem oscilações. Isso faz parte da atividade normal e ocorre em qualquer lugar do mundo. Não é só no Brasil que esse efeito sobre os combustível tem impacto na bomba", ponderou, em entrevista ao Broadcast, serviço de notícias em tempo real do Grupo Estado, de participar de um evento com universidades, na capital paulista.

"Isso é normal. O que não é normal são os preços fixados artificialmente", completou, referindo-se à fixação dos preços dos combustíveis pela Petrobras durante o governo de Dilma Rousseff (PT) que gerou prejuízos para a estatal e virou motivo de crítica de acionistas. Desde o ano passado, a companhia passou a adotar uma política de atualização frequente do valor de comercialização, considerando as variações do mercado com impactos nas operações. "A Petrobras vem trabalhando em uma política com transparência e previsibilidade. Para o mercado tudo isso é muito positivo."

Questionado se vê riscos de retomada da interferência externa sobre a Petrobras em meio à pressão da greve dos caminhoneiros, Araújo preferiu não comentar. Ele reforçou apenas que os países que desejam atrair investimentos precisam ter os preços ligados às variantes de mercado, indicando que questões políticas devem ficar de fora.

O presidente da Shell Brasil disse também que a companhia mantém grande apetite pelo País, mesmo com oscilações no cenário macroeconômico. "Mesmo em um ambiente de crise, continuamos enxergando o Brasil como um país que vem respeitando contratos, com geologia favorável. Mantendo a atratividade comercial, o País tem condições de atrair bastante investimento."

A Shell Brasil já se inscreveu para participar da 4; Rodada de Licitações do Pré-Sal, sob o regime de partilha, a ser realizada em 7 de junho. O certame também já tem mais outras dez empresas inscritas. Araújo ponderou que as decisões da companhia de participar efetivamente das rodadas só serão tomadas nas vésperas da disputa, após uma análise pormenorizada das condições do leilão e das demais oportunidades de investimento dentro e fora do País, pois a empresa tem atuação global.

O plano de investimentos da empresa prevê aportes anuais de US$ 2 bilhões no Brasil até 2020, valor que não inclui os desembolsos com aquisição de áreas de exploração. Globalmente, os aportes são de US$ 25 bilhões por ano. "O ambiente regulatório hoje é mais previsível. É importante que o Brasil busque ser cada vez mais competitivo para atrair mais investimento", sintetizou o executivo.

Centro de pesquisa

O presidente da Shell Brasil participou nesta quarta-feira, 23, do anúncio da criação do Centro de Inovação em Novas Energias (Cine). A nova instituição receberá aportes de R$ 110 milhões para o desenvolvimento de pesquisas ligadas a energias renováveis. Os investimentos virão da petroleira em parceria com a Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp), da Universidade de São Paulo (USP), da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) e do Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares (Ipen).

O novo Centro desenvolverá pesquisa avançada com foco na conversão da energia solar em produtos químicos e no armazenamento de energia, bem como na transformação do gás natural em combustíveis que produzam menos gases do efeito estufa ao gerar energia.


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