Agência Estado
postado em 23/05/2018 21:38
Questionado sobre o motivo de a Petrobras escolher o porcentual de 10% para reduzir o preço do litro do óleo diesel, sua contribuição para o fim da crise entre caminhoneiros e governo, o presidente da companhia, Pedro Parente, respondeu que esse porcentual é relevante, "uma queda importante, bem mais que a Cide". Nas refinarias, significará uma economia de R$ 0,23 por litro, que, estima a empresa, poderá chegar a R$ 0,25 para o consumidor.
A redução do preço do combustível anunciada na noite desta quarta-feira (23/5) e o seu congelamento por 15 dias representarão uma queda de receita com a venda do produto de R$ 350 milhões, que não serão recuperados. No resultado total o impacto deve ser menor, de cerca de R$ 100 milhões. O diretor de Gás e Refino da companhia, Jorge Celestino, ponderou, no entanto, que caso a manifestação dos caminhoneiros continue, a produção de diesel tende a cair, o que, num cenário extremo, de paralisação total das refinarias, pode significar uma queda de receita de R$ 90 milhões por dia.
"Faz sentido buscar a normalização de todas as empresas, incluindo a Petrobras. O que a gente fez foi comparar o impacto no caixa com a produção do refino. Vou dormir bem essa noite, sentindo que foi a decisão acertada", afirmou Parente.
Ele disse não temer as consequências que a medida pode gerar nas ações da companhia, porque não "trabalha olhando o curto prazo" e o objetivo da sua gestão "é gerar valor no médio e longo prazos". Informou ainda que a Petrobras pode precisar de mais 15 dias além do congelamento até atingir a paridade internacional novamente. "Teremos que avaliar em 15 dias a distância que estaremos da política de paridade se nada fosse alterado", acrescentou.
Parente ainda defendeu a redução dos tributos que incidem sobre o combustível como um meio de reduzir o preço do produto definitivamente. Ele chamou atenção para os pagamentos de compensações financeiras aos Estados, que vêm crescendo com a alta do preço do petróleo e derivados e do volume de produção. "É justo que governos estaduais pensem também em contribuições", afirmou.