Economia

Caminhoneiros chegam ao Planalto com novas exigências para o governo

Além do que já foi pedido na última quinta-feira, os caminhoneiros querem garantir "uma pauta mais gorda" em reunião com Temer

Alessandra Azevedo
postado em 27/05/2018 19:51

Além do que já foi pedido na última quinta-feira, os caminhoneiros querem garantir

Os caminhoneiros autônomos não se sentiram contemplados pelo acordo firmado na quinta-feira (24/5), entre o governo e empresários, e levaram, na noite deste domingo (27/5), novas demandas ao Palácio do Planalto. O grupo de 15 representantes da categoria foi convidado pela equipe do governo para uma reunião no início da noite. Ainda que o resultado do encontro seja positivo, eles garantiram que não há condições de desmobilização imediata do movimento.

A ideia é reforçar a pauta de reivindicações que tem sido discutida nos últimos dias. Além de um decreto presidencial estabelecendo a redução a zero do PIS/Cofins, as exigências da categoria incluem a edição de uma medida provisória que estabeleça um valor de frete mínimo e o congelamento, por 90 dias, do preço do óleo diesel, voltando ao valor praticado em julho de 2017. "Nossa pauta é mais gorda que a apresentada antes", disse o representante do Movimento de Transportes de Grãos de Mato Grosso, Gilson Barbosa.

A Contribuição de Intervenção no Domínio Econômico (Cide) também deve ser zerada, como prometido pelo governo na quinta-feira (24/5). Outra exigência é que 30% da carga movimentada pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), pelos Correios e pela Petrobras seja garantida aos motoristas autônomos. O acordo trazia essa garantia apenas em relação à Conab.

No caso do piso mínimo do frete, há um projeto de lei pronto para votação no Senado Federal. O governo se comprometeu a adotar uma nova tabela de referência em 1; de junho e atualizações trimestrais pela Agência Nacional de Transporte Terrestre (ANTT). Os caminhoneiros, entretanto, preferem que o governo edite medida provisória, que tem efeito imediato assim que é publicada no Diário Oficial da União (DOU). Seria uma forma de o presidente Michel Temer mostrar compromisso com as pautas.

"Isso que vai dar segurança. É uma garantia de que as coisas estão acontecendo", explicou o presidente do Sindicato dos Transportadores Autônomos de Carga de Ijuí, Carlos Alberto Litti Dahmer. "Nenhum acordo que nós firmemos hoje terá validade sem antes isso se tornar público nos meios oficiais do governo", reforçou.

Outra demanda do grupo é a votação, em regime de urgência, do marco regulatório do setor de transportes, em discussão na Câmara dos Deputados. Segundo os representantes dos caminhoneiros, há acordo com o presidente da Casa, Rodrigo Maia (DEM-RJ), para pautar o projeto na segunda-feira (28/5). Maia já marcou sessão deliberativa às 16h.

Os representantes dos caminhoneiros autônomos de vários estados, como Rio Grande do Sul, Mato Grosso, Goiás, São Paulo e Rio de Janeiro, chegaram por volta das 18h30 no Palácio do Planalto, a convite da equipe do governo. O presidente Michel Temer está reunido com ministro desde as 11h.

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