Economia

Caminhoneiros devem voltar ao trabalho hoje, diz presidente da associação

Segundo José da Fonseca Lopes, normalização do abastecimento ocorrerá de '8 a 10 dias'; ele estima que haja 500 pontos pelo País

Agência Estado
postado em 28/05/2018 07:47
Lopes explicou que há grupos envolvidos nas manifestações que têm outras pretensões
Em entrevista concedida à Rádio Eldorado na manhã desta segunda-feira (28/5), o presidente da Associação Brasileira dos Caminhoneiros (Abcam), José da Fonseca Lopes, disse que o momento agora é de que os caminhoneiros voltem às suas atividades. "Agora o pessoal ainda está dormindo, mas acredito que até o meio-dia tudo estará resolvido", afirmou.

[SAIBAMAIS]Lopes explicou que há grupos envolvidos nas manifestações que têm outras pretensões, diferente das dos caminhoneiros e da Abcam. Lopes também agradeceu o apoio da população à categoria, mas ressaltou que ainda há coisas a fazer e "reuniões internas para resolver".

"Vamos colocar ordem nesse segmento que transporta o Brasil nas costas. Um segmento que antes não tinha o reconhecimento do governo, que estava em uma situação pior que um indigente. A partir de hoje, essa situação deve se resolver", disse ele.

;Peço que levantem acampamento e sigam a vida;

Fonseca pediu na noite desse domingo (27/5) que motoristas que protestam nas rodovias em todo o Brasil "levantem acampamento e sigam a vida" após a pelo presidente Michel Temer no Diário Oficial da União. Para Fonseca, com as medidas publicadas, a regularização do abastecimento ocorrerá "de oito a dez dias para normalizar, para fluir a oferta de carga".

"Peço aos que estão nos mais de 500 pontos na estradas que, se amanhã (segunda-feira, 28) todos os pontos estiverem publicados no Diário Oficial, que os companheiros levantem acampamento e sigam a vida", disse o presidente da Abcam após a reunião no Palácio do Planalto. Fonseca Lopes foi um dos dois líderes dos caminhoneiros que abandonaram a reunião na quinta-feira que resultou no primeiro acordo - insuficiente para acabar com o protesto nas estradas.

Questionado sobre como assegura a saída dos caminhoneiros das estradas, Fonseca disse que a "decisão depende dos motoristas". "Mas quero fazer um apelo a todo mundo que segurou o movimento até agora", disse. "Eles sabem que chegou o momento de fazer isso", completou, ao lembrar que o acordo firmado no domingo foi maior que o pedido, já que terá a redução de R$ 0,46 por litro de diesel por 60 dias. Depois, os reajustes serão mensais.
A Abcam informou em nota divulgada na manhã desta segunda-feira que "ainda não houve tempo hábil para que todos os caminhoneiros tomassem conhecimento da decisão tomada" na noite deste domingo (27/5), quando um novo acordo foi firmado entre lideranças do movimento e o governo. "A entidade vem trabalhando para que a informação do acordo chegue em toda a categoria", cita a nota dos caminhoneiros autônomos.

A Abcam reconhece que nem todos os motoristas têm o mesma opinião dos líderes, mas que, mesmo assim, há expectativa de que o número de caminhoneiros parados diminua nas próximas horas. "Vale lembrar que ainda que a entidade se manifeste pelo fim das paralisações, nem todos os manifestantes seguem o mesmo entendimento. Mas acreditamos que até o fim da tarde de hoje a quantidade de caminhões parados tenha sido reduzida de forma significativa", cita a nota.

Bloqueios

Ao contrário dos dias anteriores, a Polícia Rodoviária Federal não informou no domingo o número de bloqueios nas rodovias. O órgão atualizava duas vezes por dia os pontos interrompidos, principal indicador sobre a força da paralisação. Segundo a PRF, os dados passariam a ser divulgados pelo Ministério da Segurança Pública. A pasta, porém, não apresentou nenhum número até o fim da noite de Domingo. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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