Rosana Hessel - Enviada Especial
postado em 29/05/2018 12:18
São Paulo - O secretário de Política Econômica do Ministério da Fazenda, Fabio Kanczuk, tentou minimizar o impacto da greve dos caminhoneiros na economia porque existe uma ociosidade elevada da produção, mas admitiu que, se ela perdurar por mais tempo, a atividade econômica será afetada de forma mais intensa.
;O mais interessante é que (a greve) afetou a atividade econômica não dá para negar, com paralisação grande do setor industrial, o que não foi perdido muito se a economia estivesse na sua capacidade plena. Mas, simplesmente, perdeu essa semana;, afirmou Kanczuk, nesta terça-feira (29/5), durante o painel ;Perspectivas da economia brasileira;, no Fórum de Investimentos Brasil 2018, em São Paulo. Segundo ele, os dados recentes da economia ;mostram que economia está crescendo e, se houve alguma decepção no segundo trimestre que tudo indica que foi um choque em função do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS);. Para o secretário, o crescimento atual não é um voo de galinha como ocorreu na alta de 7,5% do Produto Interno Bruto (PIB) de 2010. ;Aquele crescimento foi artificial com estímulos ao crédito subsidiado do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social);, afirmou Kanczuk.
O ministro do Planejamento, Esteves Colnago, admitiu que o momento atual está ;bastante delicado;. Para ele, é importante que o Brasil volte à normalidade, porque o governo ;fez uma boa proposta; para os caminhoneiros. No entanto, o ministro lembrou que será necessário buscar uma compensação tributária para cobrir a isenção dos impostos federais sobre o óleo diesel, porque é uma exigência da Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF). ;A LRF exige que se compense uma isenção de tributo e essa parte que foi acordada com os caminhoneiros demanda uma reorganização dos tributos de tal forma que fique no mesmo patamar. Está em tramitação no Senado, a proposta da reoneração da folha. Temos que esperar o texto final de quanto houve de perda fiscal de tributos para buscar mais alternativas;, destacou ele, sem revelar o que poderá ser feito.
Preocupação
Os empresários presentes ao evento admitiram que, por enquanto, o impacto da greve dos caminhoneiros que entrou no seu 9; dia nesta terça, está sendo limitado, mas demonstram preocupação se essa crise se prolongar muito. Fabio Schvarsman, presidente da Vale, contou que o gabinete de crise da empresa está olhando os movimentos necessários se a paralisação se estender e afetar a operação. ;O impacto existe, mas é limitado na produção. Mas, se continuar nos próximos dias, o impacto será muito maior;, alertou.
O presidente do banco Bradesco, Octavio de Lazari Júnior, contou que houve uma redução no movimento das pessoas nas agencias, mas o internet banking também tem ajudado a minimizar o impacto, por enquanto. ;Por enquanto, a situação está equilibrada até porque temos um feriado nesta semana, mas acho que até a próxima semana, quando as pessoas começarem a receber seus salários, a situação estará normalizada;, apostou.
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