Economia

Pedro Parente diz que vai preservar resultado econômico da Petrobras

Presidente da estatal não detalha como será solução alinhavada pelo governo para a crise dos combustíveis, mas acalma investidores em teleconferência

Simone Kafruni
postado em 29/05/2018 15:50
Centro de distribuição de petróleo
O presidente da Petrobras, Pedro Parente, afirmou, no início da tarde desta terça-feira (29/5) que qualquer medida adotada pelo governo para resolver a crise dos combustíveis vai respeitar a política de cotações da companhia em teleconferência com investidores. Após a conversa, as ações da estatal reagiram às perdas dos últimos dias. Os papéis preferenciais subiam 10,47% e os ordinários, 10,51% às 15h38. Parente afirmou que a decisão de reduzir temporariamente o preço do diesel como forma de aliviar os ânimos na greve dos caminhoneiros foi ;corajosa;.

[SAIBAMAIS];Eu sei que foi uma questão polêmica, mas naquele momento entendemos que, para dar uma chance maior de manter nossos conceitos na política de preços, precisava haver coragem. Qualquer empresa faria. Tivemos a responsabilidade e a coragem de fazer, reconhecendo a gravidade do momento;. disse. Para atender as reivindicações dos caminhoneiros, o governo anunciou redução de R$ 0,46 por litro no preço do diesel por 60 dias por meio de redução da carga tributária e subvenção paga pela União à Petrobras. Após o prazo inicial, os reajustes passarão a ser mensais.

Parente destacou que a Petrobras não é uma ilha no Brasil e passou por todos os problemas que as demais companhias passaram com a crise econômica. ;A credibilidade está menor esta semana do que há duas semanas e isso também se deriva de uma crise. O importante é que, qualquer que seja a periodicidade dos reajustes, teremos liberdade de aplicar aquele que seja derivado das condições internacionais;, disso. ;Não temos poder nem de influenciar o mercado internacional nem o câmbio. Quem tem poder sobre o câmbio, e tem bala para isso, é o Banco Central;, disse.

Indagado sobre detalhes das alterações, Parente afirmou que não pode apresentá-los pois o decreto ainda está em elaboração. ;O que temos de orientação, das minhas conversas com o governo, é de que precisamos preservar o resultado econômico da empresa, que é o resultado final da mudança da política de preços. Não temos condições de fazer uma comunicação oficial porque não temos os detalhes todos;, ressaltou.

Parente explicou que o governo pretende fazer uma subvenção econômica de R$ 0,30 por litro de diesel vendido e que isso é apenas para o ano de 2018. ;Não é para prosseguir depois. Com relação aos demais derivados, não conhecemos qualquer demanda;, disse ao ser indagado se a Petrobras atenderia alterações também do preço da gasolina.

Pedro Medeiros, do Citibank, questionou se a companhia, que nunca utilizou uma fórmula para definir preços para o mercado, terá de utilizar este expediente para fazer os cálculos de compensações conforme a periodicidade estabelecida com a crise e se haverá mnudanças nos cronogramas da empresa. ;Ainda não tenho informação final, mas é possível que a gente tenha uma fórmula. Não descartamos isso, desde que ela preserve nosso grau de liberdade para manter as margens. Mas isso é uma discussão em andamento;, ressaltou Parente.

Segundo o presidente da Petrobras, os detalhes ainda estão sendo discutidos. ;Não vejo como surpresa que, eventualmente, haja uma fórmula. Sobre os cronogramas, não temos qualquer previsão de mudança para os demais eventos da empresa;, garantiu. Indagado sobre as reivindicações dos petroleiros, que ameaçam iniciar uma greve nesta quarta-feira, 30/5, Parente explicou que não uma pauta. ;É uma greve mais de natureza política do que de caráter de vantagens e remuneração. Isso porque o acordo do ano passado é válido por dois anos, com regra de reajuste deste ano já estabelecida. Então não há discussão sobre regime de trabalho;, esclareceu.

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