O ministro do Gabinete de Segurança Institucional, Sergio Etchegoyen, afirmou hoje (31) que o governo espera ver devolvidos à população, ;de alguma maneira;, os benefícios concedidos aos caminhoneiros na redução do preço do óleo diesel. ;O retorno que esperamos para a população é que o recálculo das planilhas em função do recálculo do custo dos fretes reflita também, de alguma maneira, o benefício que os caminhoneiros ganharam no movimento;, disse Etchegoywn. O ministro reconheceu, porém, que haverá reflexos desse processo para o contribuinte.
Etchegoyen falou à imprensa no início da tarde desta quinta-feira, em entrevista coletiva no Palácio do Planalto, após reunião do grupo de monitoramento da retomada do abastecimento. Segundo o ministro, o governo, no curso das negociações, cedeu ;na medida do necessário;. Nem mais, nem menos. Ele acrescentou que a população, que em sua maioria apoiou a greve, ;tem participação nas soluções;.
;Tivemos um apoio de 80% a 90% da população à manifestação. O governo não produz dinheiro, arrecada recursos. Obviamente quem apoiava a greve e apoia as soluções teria sua cota de responsabilidade, de participação no financiamento disso. No final, somos nós, contribuintes. E isso inclui até mesmo os caminhoneiros;, enfatizou.
Fim da greve
De acordo com Etchegoyen,o governo entende que as mobilizações ainda existentes nas estradas não são parte da mobilização dos caminhoneiros. O entendimento é que a greve acabou há mais de dois dias e o que resta são ;bloqueios criminosos de grupos infiltrados nas estradas;. ;Vínhamos dizendo que lidamos com bloqueios criminosos de grupos infiltrados nas estradas. Os problemas causados continuarão mobilizando o governo para enfrentá-los;, acrescentou o ministro.
Etchegoyen destacou ainda que não há mais bloqueios e aglomerações nas rodovias e disse que o país está voltando à normalidade.
;Iniciamos o dia de hoje com o país voltando à normalidade, sem que ao longo desse período tivéssemos tido interrupções dramáticas no abastecimento;, disse Etchegoyen, reconhecendo que houve incômodos, como as filas, principalmente nos postos de combustíveis. ;Mas os gêneros de primeira necessidade, insumos hospitalares, combustíveis para os aeroportos... conseguimos, ao longo da crise, evitar o desabastecimento no nível crítico, que trouxesse sofrimento adicional à população;, afirmou.
Para o ministro, é preciso comemorar que o movimento tenha chegado ao fim sem nenhum ato de violência. ;As forças federais e de segurança pública dos estados atuaram com energia, empregando o poder coercitivo do Estado, mas em qualquer momento temos que lamentar atos de violência;, disse. ;O diálogo evitou que tivéssemos um país dividido por conta de confrontações desnecessárias.;
Ontem (30), foi lançado o SOS Caminhoneiro. Um canal de comunicação via Whatsapp, no número (61) 99154-4645, para receber denúncias de abusos nas estradas, como bloqueios de vias ou episódios de violência contra caminhoneiros que querem seguir viagem. Segundo o ministro da Secretaria de Governo, Carlos Marun, foram recebidas mais de 2 mil denúncias em menos de 24 horas de funcionamento do sistema.