Economia

Brasileiros mostravam-se mais otimistas com o futuro antes da greve

Mais de 40% disseram não acreditar que suas condições de vida ou as do país melhorarão com o próximo presidente eleito

postado em 06/06/2018 15:52
Brasileiros se mostravam mais positivos antes da greve
O brasileiro vinha apresentando um grau de otimismo crescente em relação ao ano passado, descontado o cenário da greve dos caminhoneiros no fm do mês passado. Pesquisa realizada em abril demonstrou que 29% dos entrevistados se disseram mais otimistas, contra 23% da avaliação anterior, de outubro de 2017.

[SAIBAMAIS]O levantamento mostrou também que 31% acreditam que o crescimento do país vai aumentar, chegando a porcentagem próxima do nível mais alto da série histórica, mas 33% não têm certeza de quando isso vai acontecer. Os dados são da 11; pesquisa Perspectivas, feita em parceria pela Associação Nacional das Instituições de Crédito, Financiamento e Investimento (Acrefi) e a agência de pesquisa Kantar TNS.

O número de entrevistados que acham que a oferta de crédito vai piorar caiu significativamente: 34% fizeram essa estimativa, em comparação a 42% em 2017. A porcentagem de pessoas dispostas a tomar crédito aumentou de 19% para 24% em 2018, sendo o financiamento imobiliário a principal linha para esses entrevistados.

De acordo com pesquisa, os brasileiros pensam que sua situação financeira pessoal e seu padrão de vida vão melhorar. Ambos trouxeram os maiores números de toda a série histórica da pesquisa: 46% e 40%, respectivamente.

Para o presidente da Acrefi, Hilgo Gonçalves, os resultados demonstram que as ações de educação financeira estão surgindo efeitos positivos. ;Acreditamos que esse comportamento do consumidor contribui para um ambiente de crédito mais saudável, logo, gerando um crescimento sustentável."

Sobre a situação pessoal, 39% dos entrevistados disseram que a capacidade de fazer compras para casa vai melhorar, com avanço em relação a 2017, quando o índice foi de 34%. Quando questionados sobre quais itens compraram nos últimos seis meses, o smartphone, que é também é o ;sonho de consumo; para os próximos meses, junto com eletrodomésticos, lidera.

Já sobre a propensão a fazer um financiamento este ano, o índice aumentou de 18% para 28% em 2018 e se tornou o mais alto desde 2015. Até em relação ao desemprego a visão dos entrevistados está mais otimista: 40% acreditam que o número de desempregados não vai aumentar nos próximos meses. Este é o nível mais positivo desde que a pesquisa começou a ser realizada, em junho de 2015, quando o indicador ficou em 16%.

Contas em atraso

Entre os pesquisados, 52% afirmaram ter contas em atraso, sendo 52% dessas contas referentes a TV a cabo, luz, água, aluguel e condomínio, entre outros, enquanto 39% estão em atraso no cartão de crédito e 25% em carnês. Nas principais contas a pagar, aparecem os mesmos itens, com destaque para cartão de crédito (65%). Para 58% dos entrevistados, a queda da inflação impactou os padrões de consumo, principalmente alimentação (72%) e lazer (46%).

Segundo os entrevistados, educação e saúde devem ser as prioridades para o novo presidente. Mais de 40% disseram não acreditar que suas condições de vida ou as do país melhorarão com o próximo presidente eleito.

;Neste ano, podemos ver um consumidor ainda mais otimista do que estava no final de 2017 em relação à situação do país: crescimento da economia, consumo das famílias e oferta de crédito. O mesmo se passa com a situação pessoal: crescem as perspectivas com relação à capacidade de fazer investimentos, compras e situação financeira geral", diz a CEO da Kantar TNS Brasil, Valkíria Garré. "Mesmo que ainda preocupado, ele [o brasileiro] está mais confiante.;

Em resposta à pergunta sobre o que ;melhor descreve o sentimento com relação a dinheiro e gastos;, 81% disseram que pretendem economizar mais, 15% não querem mudar o padrão de gastos e somente 4% pretendem gastar mais. O estudo completo está disponível aqui.

As entrevistas (online) foram feitas de 6 a 14 de abril deste ano. Foram ouvidas 18 mil pessoas em todas as regiões do país com idade entre 18 e 65 anos, sendo 60% mulheres e 40% homens.

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